O que acontece quando utilizamos o celular muito próximo dos olhos
Seja para trabalho, estudos ou até entretenimento, o fato é que o celular é um item pessoal que dificilmente fica longe do nosso alcance. Independente da idade, parece quase impossível ver alguém sem esse dispositivo. Porém, quando o celular é utilizado muito próximo dos olhos, alguns problemas podem surgir.
“Quando estamos utilizando o celular, muitas vezes nossa atenção está tão focada, que esquecemos de piscar, o que acaba por ressecar nossos olhos, podendo causar sintomas como o lacrimejamento excessivo e também ardência e coceira”, cita Paulo Henrique, professor de óptica e optometria. Mas além disso, o uso excessivo pode causar alterações na funcionalidade dos olhos. Saiba mais a seguir!
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Celular próximo dos olhos? Entenda os riscos
Musculatura ocular
O olho humano é dotado de músculos que realizam o foco. Isso significa que os indivíduos podem enxergar toda e qualquer distância, pois esse músculo adapta a sua força para que consigamos enxergar bem, como um mecanismo de zoom.
Mas, como todo músculo, ele deve contrair e relaxar. Nos olhos, os músculos relaxam quando olhamos para longe, e contraem quando olhamos para perto. Acontece que, quanto mais próximo está o aparelho, maior esforço o olho terá. Isso pode causar uma alteração no tônus muscular, fazendo que a pessoa passe a não enxergar bem para longe após certo horário (especialmente no final da tarde, após horas de uso da visão mais próxima do celular). “
Futuramente, um distúrbio de visão próxima de forma precoce, ou seja, uma dificuldade de enxergar para perto, que só deveria ocorrer quando a pessoa passasse dos 40 anos”, comenta.
Uso do celular antes de dormir
A situação tende a piorar quando a pessoa leva o celular para a cama, principalmente antes de dormir. Segundo o professor, quando a pessoa vai para o quarto na hora de relaxar, geralmente o local está escuro e só tem a luz do celular voltada diretamente para os olhos.
De noite, após o olho ter relaxado e contraído ao longo do dia, a pessoa deitada não consegue ficar com o braço mais esticado e acaba aproximando o celular da face. Assim, a musculatura ocular contrai ainda mais, podendo causar distúrbios visuais com origem muscular em um curto a médio prazo.
Luz azul
Os smartphones emitem uma radiação prejudicial para a saúde, chamada de luz azul. Essa radiação pode causar diversas alterações fisiológicas no corpo, sendo a principal ligada à desarmonia do ciclo sono-vigília. “Isso significa que nossa noção de sono fica perturbada, o que faz com que dormimos em horário fora do nosso habitual, e isso, em efeito cascata, desregula toda a ordem fisiológica do corpo”, coloca o docente.
Paulo comenta que o segundo efeito negativo é a questão da emissão direta da luz no olho. “Se estivermos em um quarto escuro e tivermos aquela luz/radiação direta no nosso olho, ele ressecará com mais facilidade, o que pode causar sintomas imediatos, como coceira e lacrimejamento, e posteriores, como acordar com dores de cabeça (na região da testa)”, cita.
Dicas para preservar a visão
Como os smartphones já fazem parte do nosso dia-a-dia, o ideal é adaptar o seu uso evitando que o celular fique próximo dos olhos. A seguir, confira algumas dicas para evitar o comprometimento ocular:
- Deixe a tela do computador um pouco abaixo da linha dos olhos: dessa forma, eles ficam um pouco mais fechados (e, consequentemente, protegidos);
- Lembre-se de piscar com frequência;
- Faça pausas ao longo do dia, focando em objetos distantes;
- Evita ar condicionado ou ventilador diretamente no rosto;
- Por fim, se você usa óculos, priorize lentes com filtro de luz azul.
- Se for usar o celular de noite, deixe outra fonte de luz acesa (como abajur ou luminária de cabeceira) para evitar a iluminação direta nos olhos;
- Faça um check-up ocular sempre que sentir necessidade ou a cada ano;
- Mantenha uma distância do celular com os cotovelos dobrados em 90;
Fonte: Paulo Henrique Oliveira de Lima, professor de óptica e optometria da Universidade Braz Cubas.