Casos de dengue em 2022 já são o dobro em relação ao ano passado
A partir do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, referente ao período entre 2 de janeiro e 18 de junho deste ano, os casos de dengue de 2022 já somam o dobro de evidências da doença em relação ao ano passado. Assim, enquanto 534.743 registros da enfermidade aconteceram em 2021, esse número saltou para 1.172.882 nos seis primeiros meses deste ano.
Sabe-se também que a doença é responsável por um número preocupante de mortes. De acordo com este levantamento de janeiro a junho de 2022, 585 pessoas faleceram em decorrência da dengue. Em 2021, o ano todo contabilizou 246 óbitos. Assim, conclui-se que houve um aumento de 130% em relação a taxa do ano passado quando comparada a desse ano.
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Por que os casos de dengue em 2022 estão mais altos?
De acordo com o infectologista Alexandre Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), consultado pelo Estadão, os registros da doença estão dessa forma devido as mudanças climáticas observadas nesse ano.
“A questão toda é a chuva, mas no começo do inverno, no Sudeste e Sul, por exemplo, fez muito calor. Semanas com temperaturas maiores. Ou seja, as mudanças climáticas fazem com que a temperatura mais quente e mais chuva ofereçam uma condição perfeita para a proliferação do vetor”, explica o especialista.
A transmissão da doença acontece principalmente entre novembro e maio porque eles são os mais chuvosos do ano. Logo, a água parada gera locais propícios para a criação do mosquito que é o vetor da doença, o Aedes aegypti. Dessa forma, pelo inverno de 2022 estar sendo mais úmido do que o esperado, os registros da doença tendem a crescer como se observou nesse último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.
Além disso, de acordo com outras autoridades de saúde, os últimos dois anos tiveram a Covid-19 como foco. Dessa forma, a população tende a negligenciar os cuidados em relação a outras doenças, como é o caso da dengue.
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Como evitar a transmissão da dengue
Segundo o MS, a principal forma de prevenir a doença é por meio da eliminação dos recipientes com água parada, que permitem a proliferação do mosquito transmissor da doença.
“Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros”, reitera o Ministério da Saúde.
Referências: