Casais divorciados: Como negociar as datas comemorativas
O Natal e Ano Novo estão chegando e, em datas especiais como essas, casais divorciados costumam negociar com quem os filhos ficarão.
De acordo com a psicóloga e escritora Deise Moraes, dividir as datas comemorativas faz parte da organização familiar. “Essa organização é fundamental para mostrar ao filho o quanto ele é importante e que planejamos uma vida com ele. Mesmo que apenas com um dos pais, mas podendo aproveitar ao máximo uma viagem ou um passeio a dois”, explica.
Assim, apesar da separação dos pais, quando há uma negociação saudável durante essas datas, as crianças se sentem bem de certa forma. “Uma característica importante da manifestação da afetividade é o quanto ela contagia e torna essa criança mais feliz emocionalmente. Dividir momentos, dividir obrigações, dividir o tempo com quem mais importa é ganhar o tempo todo só para nós. Além de tudo, diga ao seu filho que o período dividido é para cada um dos pais ser feliz igual”, ressalta a especialista.
Casais divorciados devem preservar o diálogo
O diálogo é importante em qualquer tipo de relacionamento. Isso porque, através dele, é possível expor seus sentimentos e entender o lado do próximo de forma madura.
“Preservar um diálogo ou até mesmo uma amizade saudável com o(a) ex é fundamental para manter o vínculo pai e filho e, com isso, garantir a confiança e a amizade que terão ao longo da vida, independentemente da presença do casal na vida desse filho”, afirma Deise.
A especialista ainda salienta que sem a presença dos pais, o bem-estar dos filhos torna-se ainda mais difícil. Dessa maneira, o ideal é mostrar para o seu(sua) ex que esse vínculo é essencial.
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Como a separação afeta a saúde mental dos filhos?
A separação dos pais é um momento de muitas mudanças na vida dos filhos. Dependendo de como é este processo, muitas vezes, as crianças acabam desenvolvendo problemas psicológicos.
“Para Freud (1898/1976), quando a angústia da separação é muito forte, ela é vivida como um temor desesperador de se ver só e abandonado, o que constitui a fonte da dor psíquica e do sentimento de luto. Os primeiros modelos para as crianças são seus pais e, se esses modelos são fracassados, naturalmente teremos uma criança com dificuldades de segurança ao longo da vida”, explica a psicóloga.
Sendo assim, é provável que com o tempo as crianças demonstrem dificuldades de aprendizado, agressividade e isolamento. Consequentemente, elas podem desenvolver sérios transtornos de ansiedade da separação e até mesmo automutilação.
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“O sentimento de abandono e qualquer outro problema desenvolvido por essa criança a partir da separação de seus pais requer atenção de todos os lados, não só do lado dessa criança, que agora se sente desprotegida e abandonada. Mas, os pais também precisam de auxílio e acompanhamento de um especialista para aprender a conduzir o processo de separação dos filhos e ajudá-los com as questões de dificuldades emocionais, sociais e de desenvolvimento”, finaliza Deise.
Fonte: Deise Moraes Saluti – psicóloga e escritora.