Câncer nas glândulas salivares: o que é, sintomas e tratamento
O câncer nas glândulas salivares é um tipo de tumor maligno que se desenvolve no interior dos órgãos responsáveis pela produção de saliva na boca. Ele pode afetar tanto as glândulas maiores, como a parótida, a submandibular e a sublingual, quanto as menores, que consistem em cerca de 600 a 1.000 glândulas espalhadas por toda a cavidade bucal.
Assim, essa doença se forma a partir da mutação de células que compõem o tecido orgânico das glândulas salivares, e a proliferação desses organismos doentes faz com que o câncer possa aparecer.
Causas do câncer nas glândulas salivares
Apesar de não existir um fator de risco bem definido ou causa aparente para o surgimento do câncer nas glândulas salivares, sabe-se que a exposição a alguns tipos de componentes químicos com frequência pode favorecer o desenvolvimento da doença, como por exemplo:
- Agentes radioativos
- Pó de serra ou serragem
- Queima de sílica ou borracha
- Nitrosaminas
A infecção crônica pelo vírus Epstein-barr (EBV), assim como o tabagismo, também são fatores que conferem um risco aumentado na formação desses tumores.
Sintomas do câncer nas glândulas salivares
Os principais sintomas em quem foi diagnosticado com câncer nas glândulas salivares podem incluir´:
- Inchaços ou nódulos na boca, no rosto, no pescoço ou embaixo do queixo;
- Diferença de tamanho ou de forma entre os lados esquerdo e direito da face ou do pescoço;
- Dores persistentes na boca, na bochecha, na mandíbula, no pescoço e no ouvido.;
- Fraqueza nos músculos do rosto;
- Paralisia facial;
- Dormência;
- Perda de sensibilidade;
- Dificuldade para engolir.
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Diagnóstico
Por ser raro, não é recomendado fazer exames de rastreio desse tipo de tumor em pessoas assintomáticas. Mas devido à sua localização, o câncer nas glândulas salivares é diagnosticado ainda precocemente.
Muitas vezes, um dentista ou clínico geral pode notar um nódulo numa das glândulas salivares no interior da boca. Portanto, ele passa obrigatoriamente o paciente para um exame clínico, feito em rotina de consultas médicas ou odontológicas.
Na maioria dos casos, o exame clínico define esse problema de saúde, mas em outros, é preciso realizar testes de imagem para analisar a extensão e natureza da lesão, e ainda uma biópsia para descobrir o tipo de tumor.
Assim, podem ser solicitados exames como ultrassom, tomografia ou ressonância magnética para tumores mais intensos ou que tenham sinais de infiltração profunda. Além disso, a biópsia por punção aspirativa feita com agulha fina também pode ser realizada.
Tratamento
O tratamento padrão para o câncer nas glândulas salivares é a cirurgia, com a retirada total do tumor e, se possível, uma margem de segurança, dependendo da glândula atingida.
Na glândula parótida, a remoção costuma ser mais delicada, por conta dos nervos que controlam a face. Por isso, é necessário que a cirurgia seja feita por uma equipe especializada, aumentando a chance de sucesso no tratamento.
Uma paralisia facial decorrente pode existir, e cada caso deve ser avaliado com precisão. Em alguns casos, a radioterapia é indicada no tratamento, já a quimioterapia, é sugerida apenas em cuidados paliativos.
Quanto à prevenção, o uso de equipamento de proteção individual (EPI) em ambientes com grande exposição a agentes nocivos e cessar o tabagismo são atitudes que podem auxiliar. Por fim, a ingestão hídrica adequada também mantém a saúde das glândulas salivares em dia.
Fonte: Dr. Diego Rocha Moreira, Cirurgião de Cabeça e Pescoço do Hospital Albert Sabin (HAS). CRM-SP: 195489