Câncer e ultraprocessados: consumo eleva risco para 34 tipos da doença

Saúde
01 de Fevereiro, 2023
Câncer e ultraprocessados: consumo eleva risco para 34 tipos da doença

Embora sejam gostosos e economizem o tempo na cozinha, os alimentos ultraprocessados recebem críticas da ciência há algum tempo. Diversos estudos já apontaram as consequências do consumo excessivo para a saúde. O mais recente reforça a relação entre produtos industrializados e a incidência do câncer. No entanto, de acordo com a nova pesquisa, ainda “faltavam evidências sobre o desenvolvimento do câncer e a mortalidade causadas pelo consumo de ultraprocessados”.

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O que descobriu o estudo sobre ultraprocessados e câncer?

Publicado no eClinical Medicine do The Lancet, os autores alertaram para o aumento da ingestão de alimentos industrializados, pois são “relativamente baratos, altamente palatáveis e prontos para comer”.

Todavia, a popularidade dos ultraprocessados que, em teoria, facilitam a rotina e democratizam a alimentação, cobra um preço alto.

É o que mostra a pesquisa, que avaliou o consumo dos alimentos associada a 34 tipos de câncer em participantes britânicos. Os dados dos indivíduos foram obtidos a partir do UK Biobank, um banco que reúne informações de saúde de mais de 500 mil pessoas.

Ao todo, o levantamento analisou os hábitos alimentares de quase 200 mil indivíduos, com idades entre 40 e 69 anos, cuja maioria era composta por mulheres (54,6%). O acompanhamento durou quase 10 anos e, nesse período, 15.921 pessoas desenvolveram câncer, além de mais de 4 mil mortes pela doença.

Mas, o achado mais preocupante foi o surgimento do câncer de ovário, que é considerado raro, e o aumento da mortalidade pelo câncer de mama entre a população feminina.

Critérios de associação

Para relacionar o efeito dos ultraprocessados sobre o surgimento de um câncer, os pesquisadores calcularam o percentual de ingestão desse tipo de produto. Como resultado, o consumo médio de ultraprocessados foi de 22,9% na dieta total.

No entanto, quanto maior o consumo, maior o risco. O estudo concluiu que a cada 10% de alimentos ultraprocessados na dieta, as chances de adquirir um câncer de ovário elevou em 19%; já para os demais tipos de câncer, em 2%.

Como reduzir o consumo de ultraprocessados e evitar doenças como o câncer?

Além da alimentação, outros hábitos podem colaborar para a manifestação de uma enfermidade como o câncer. Tabagismo, ingestão frequente de álcool e falta de atividade física, por exemplo, são fatores de risco para neoplasias.

Portanto, não basta priorizar uma alimentação restrita a escolhas saudáveis — o estilo de vida precisa estar alinhado a esse pilar. No quesito movimento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 150 minutos de atividades semanais. Logo, é possível cumprir essa meta com caminhadas diárias, caso falte tempo para se exercitar.

Porém, se você deseja comer melhor, aposte em maior variedade de frutas, verduras, grãos, vegetais e carnes magras. A diversidade no prato garante o aporte nutricional necessário para manter a boa saúde.

Além disso, outra medida que deve integrar a rotina de qualquer pessoa são os exames preventivos. O famoso check-up ajuda a diagnosticar doenças e possíveis problemas de maneira precoce, o que aumenta a efetividade de tratamentos.

Então, mesmo que você acredite que a saúde vai bem, não deixe de visitar o médico a cada seis meses ou conforme orientações. Assim como o câncer, várias outras doenças começam de forma silenciosa, sem dar sinais específicos de algo grave.

 

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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