Câncer de pele: Prevenção começa na infância
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil terá cerca de 177 mil novos casos da doença em 2021, sendo 83.770 em homens e pouco mais de 93 mil em mulheres. Por isso, é essencial que a prevenção do câncer de pele comece ainda na infância.
Os principais fatores de risco para o aparecimento de câncer de pele incluem:
- Exposição prolongada e repetida ao sol, principalmente na infância e na adolescência;
- Histórico familiar;
- Pessoas com pele e olhos claros e cabelos ruivos e loiros.
“Há diversos tipos de câncer de pele, e os três mais comuns no Brasil são: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma, sendo esse último o mais grave, com risco de desenvolver metástase e podendo levar o paciente a óbito. Cabeça, pescoço, ombros, braços e dorso da mão estão entre as áreas mais comuns a serem afetadas pelo câncer de pele, já que estão mais expostas à radiação solar”, explica Dr. Fernando Amato, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
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Sinais
O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. Para facilitar a análise de alterações em lesões ou pintas, o Dr. Amato orienta os pacientes a seguirem o método conhecido como ABCDE:
- A – Assimetria: quando uma parte da lesão é diferente da outra;
- B – Borda: irregularidades no contorno da lesão, mancha ou pinta;
- C – Cor: cores diferentes na mesma pinta ou lesão;
- D – Diâmetro: quando ela for maior de 6 milímetros;
- E – Evolução: perceber se a lesão apresenta crescimento, muda de formato ou cor.
Feridas que não cicatrizam depois de três semanas ou que sangram facilmente também devem ser investigadas.
Geralmente, o dermatologista é quem faz a suspeita do diagnóstico pela dermatoscopia, exame realizado com lente de aumento. Assim, é necessário o estudo anatomopatológico para definição do diagnóstico.
Dependendo do local onde está a lesão, no caso de regiões do corpo mais delicadas e expostas (face, por exemplo), o paciente é encaminhado para o cirurgião plástico. “A cirurgia do câncer de pele é muito variada: pode ser desde a remoção de um sinal, até a reconstrução inteira do local onde está a lesão. Além disso, muitas vezes, essa reconstrução é feita por etapas. Apenas os especialistas envolvidos poderão fazer a análise e a indicação mais apropriada para cada paciente”, explica Dr. Fernando Amato.
Prevenção do câncer de pele começa na infância
Evitar o sol entre 10 e 16 horas não é a única forma de prevenção contra o câncer de pele. A melhor prevenção é o uso correto de filtro solar, ao longo do dia, associado a proteções físicas como roupas e chapéus. Além disso, outras dicas são:
- Usar filtro solar diariamente, mesmo em dias nublados, e reaplicá-lo a cada duas ou três horas (ou antes do suor excessivo e de atividades aquáticas);
- Aplicar filtro solar mesmo embaixo do guarda-sol, já que só ele não é suficiente para proteger a pele dos danos solares;
- Evitar ao máximo queimaduras solares durante a infância. Um dos fatores de risco para o desenvolvimento de melanoma é a ocorrência de queimaduras solares importantes, principalmente com formações de bolhas. Portanto, é essencial a proteção solar adequada das crianças quando expostas ao sol;
- Não esquecer de aplicar o filtro solar em áreas mais escondidas ou periféricas, como axilas, pescoço, orelhas, região inguinal, cotovelos e pés;
- Pessoas que têm dois ou mais casos de melanoma na família, em parentes de primeiro ou segundo grau, devem fazer acompanhamento de rotina com o dermatologista.
Fonte: Dr. Fernando Amato, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).