O câncer de esôfago acontece quando as células do revestimento interno do esôfago, isto é, tubo que vai da garganta ao estômago, passam a aumentar de maneira descontrolada. Contudo, a doença pode crescer, invadindo outras camadas do órgão ou mesmo outros órgãos ao redor.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 10.990 casos no Brasil, sendo 8.200 em homens e 2.790 em mulheres para cada ano do triênio 2023-2025. A doença é a 13ª mais comum no país, sem considerar os tumores de pele não melanoma.
Além disso, no mundo, o câncer de esôfago está entre a oitava mais frequente e seu tipo mais comum é o adenocarcinoma, seguido pelo carcinoma de células escamosas. Segundo a Dra. Renata D’Alpino, oncologista, é possível ainda que outros tipos de câncer também ocorram no esôfago. “Linfomas, melanomas e sarcomas podem surgir na região, mas vale lembrar que eles são bastante raros”, comenta.
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Quanto aos sinais da doença, a oncologista explica que na grande maioria dos casos o câncer de esôfago é assintomático em fases iniciais, podendo dificultar o diagnóstico do paciente.
“No entanto, quando os sintomas aparecem, é possível notar dificuldade de deglutição, dando a sensação de que a comida está presa na garganta ou no peito. Isso ocorre porque há uma obstrução da passagem de líquidos e alimentos; outro sinal é a dor no peito, como se fosse uma pressão ou queimação; e ainda a perda de peso sem causa aparente, que pode chegar até 10% ou mais do peso corporal do paciente”, explica Renata D’Alpino.
Outros sintomas possíveis do câncer do esôfago podem incluir:
“Caso os sintomas não passem, é muito importante procurar por ajuda médica. No entanto, vale lembrar que nem sempre esses sinais são relacionados aos casos de câncer de esôfago, por isso, o diagnóstico correto é fundamental para o início do tratamento mais adequado ao paciente”, reforça a médica.
Como forma de prevenção, é fundamental evitar alguns hábitos que podem aumentar os riscos de desenvolvimento da doença. Por exemplo:
De acordo com um estudo publicado no periódico Annals of Internal Medicine, beber chá quente demais pode aumentar os riscos da doença. Contudo, se junto ao hábito o paciente também consumir bebida alcóolica ou fumar, as chances podem ser cinco vezes maiores.
“Felizmente, o câncer de esôfago é prevenível, mas é importante que a população em geral deixe alguns hábitos de lado. Por exemplo, manter uma dieta equilibrada, não fumar, praticar atividades físicas regularmente e não ingerir bebidas alcóolicas ou quentes demais, como chás, chimarrão, entre outros, são alternativas para contornar o problema. Vale lembrar ainda que a vacinação contra o HPV é fundamental para evitar que a doença seja causada pelo vírus. Além do câncer de esôfago, ela também pode auxiliar na prevenção do câncer do colo do útero, ânus, boca, etc”, alerta a médica.
Após a queixa do paciente, o médico solicitará uma endoscopia digestiva alta com biópsia e, caso se confirme a doença, exames de imagem. Os mais comuns são:
Por fim, após o diagnóstico, o oncologista irá indicar o melhor tratamento para o câncer de esôfago, podendo variar entre cirurgia, radioterapia e quimioterapia (isolada ou combinada). Vale lembrar que quando o câncer de esôfago já se espalhou para outros órgãos, o tratamento envolve quimioterapia e, em alguns casos, imunoterapia.
“Dependendo de cada situação, o médico pode indicar a combinação de tratamentos, como o caso da quimioterapia, podendo ser associada com a radioterapia antes da cirurgia. O objetivo, neste caso, é eliminar células cancerosas não observadas, diminuir o tamanho do tumor”, finaliza a oncologista do Grupo Oncoclínicas.
Fonte: Dra. Renata D’Alpino, oncologista especialista em tumores gastrointestinais e neuroendócrinos da Oncoclínicas São Paulo.