Caminhada pode afastar o risco de trombose, infarto e AVC
Se você deseja adotar hábitos saudáveis começando com pequenas atitudes, a caminhada é uma ótima opção. Além de ser uma das atividades físicas mais acessíveis, também reduz as chances de infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC), diabetes e vários tipos de câncer.
A recomendação é da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), que faz um alerta à população: é preciso dizer não ao sedentarismo.
De acordo com especialistas da SBACV, uma simples caminhada diária se apresenta como alternativa viável para manter o organismo em movimento. Assim, ajuda a combater o estresse e auxilia a reduzir os índices de pressão arterial, glicose e colesterol. Também melhora a memória e queda do risco de casos de demência e depressão.
“Podemos pontuar ainda que a caminhada fortalece os ossos, o que diminui a possibilidade de fraturas e de avanço da osteoporose e fraturas. Por fim, é um grande aliado na manutenção do peso. Ou seja, quem se exercita pensa melhor, se sente melhor e dorme melhor”, destaca o presidente da SBACV, Julio Peclat.
Caminhada na prevenção do sedentarismo
O sedentarismo é uma das principais causas de morte no mundo, além da obesidade e tabagismo. Por isso é tão importante realizar algum tipo de atividade física.
Uma hora por dia de caminhada, de segunda a sexta-feira, auxilia na prevenção do sedentarismo. Segundo Ricardo Jayme Procópio, angiologista e cirurgião vascular, deve-se realizar 300 minutos de exercícios físicos leves a moderados por semana. Se a intensidade for maior (como numa corrida) o tempo mínimo recomendado cai para 150 minutos semanais.
“Seja ao ar livre ou academia, o importante é manter-se em movimento. Cada uma das modalidades apresenta especificidades, como padrão de movimento, uso e exigência da musculatura, entre outros. No entanto, quem não tem objetivos esportivos, deve fazer sua escolha levando em conta como o exercício pretendido se encaixa na rotina”, disse Procópio.
Alguns grupos podem se favorecer ainda mais da atividade, lembra o especialista. Dentre eles, estão pacientes com doenças cardiovasculares ou varizes. Isso porque a caminhada melhora a musculatura dos membros inferiores, o que auxilia o retorno venoso e a circulação. Ricardo ressalta que a musculatura da panturrilha é o coração da perna e estes músculos são os verdadeiros promotores do retorno do sangue pelas veias dos membros inferiores.
“Ao andarmos, o sangue circula em direção ao coração, esvaziando as veias das pernas. Menos sangue parado nas nossas veias, menos dilatação e formação de varizes, retenção de líquido, inchaço e sintomas de peso e cansaço. Varizes é a doença da inatividade”, aponta.
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Sinais de alerta
Apesar de todos os benefícios, Mateus Borges, diretor de Publicações da SBACV, destaca que os pacientes com doenças cardiovasculares devem passar por avaliação médica antes. Já pessoas ativas, sem diagnóstico de doenças físicas, que não usam muitos medicamentos e não se queixam de sintomas (falta de ar ou dor no peito) costumam estar aptas ao exercício.
No entanto, o especialista lembra que é preciso estar sempre atento às dores nas pernas e às câimbras. “É comum a atividade física gerar dores musculares e pode, eventualmente, causar câimbras, principalmente após um período de sedentarismo. As dores são mais comuns quando iniciamos a atividade física, quando mudamos a intensidade, forma ou volume desta, ou quando exageramos”, complementou.
Borges orienta a interrupção do esforço se esses sintomas surgirem se manifestarem durante o exercício. Já se notados no período após o treino, podem ser resultado de microlesões musculares geradas pelo esforço. Quando surgem de forma isolada, pouco frequente, não há necessidade de se interromper a atividade, avisa o especialista.
“Caminhar ao ar livre é prazeroso e agradável. Porém, pode não ser fácil encontrar um local adequado (chão plano, sem muitas imperfeições no solo, entre outros pontos). Desta forma, quem opta por esteira ou elípticos tem facilitadores, que permitem controle da velocidade e inclinação, por exemplo, além de não ficarem expostos ao sol e chuva”, conclui Mateus Borges, lembrando que o importante é dar o primeiro passo.
Fontes: Julio Peclat, presidente da SBACV; Ricardo Jayme Procópio, angiologista e cirurgião vascular; e Mateus Borges, diretor de Publicações da SBACV.