Calcificação das mamas: o que é? Há motivos para se preocupar?
Ao receber o resultado de uma mamografia de rotina, é normal ficar assustada se você observar no laudo o termo “calcificação das mamas”, ou algo similar. Mas saiba que é importante não se preocupar antes da hora, pois a condição é benigna na maioria dos casos. “O tecido das mamas está em constante transformação. Com o envelhecimento, a consistência e a textura das mamas se modificam, e nesse processo podem surgir as calcificações”, explica Fernando Pontes, mastologista da clínica Mantelli.
Por mais que boa parte dos cálculos mamários sejam inofensivos à saúde, vale prestar atenção em algumas alterações na mamografia. Saiba mais a seguir!
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O que é a calcificação das mamas?
Os cálculos que se desenvolvem no tecido das mamas são nada mais do que pequenos aglomerados de cálcio. Eles possuem tamanhos variados, de microgrânulos a pedrinhas que chegam a medir 2 cm de diâmetro. A princípio, as calcificações podem ser múltiplas e dispersas ao longo do interior das mamas.
Quais os sintomas?
A calcificação tipicamente benigna não desencadeia nenhum desconforto. Além disso, são imperceptíveis ao toque e detectadas somente em um exame de mamografia. Entretanto, se surgirem sintomas como coceira nos seios, alterações na pele das mamas e mamilos, dor ao toque e indisposição, fale com seu médico para investigar o quadro. Afinal, todos são sinais de um possível câncer de mama.
Causas da calcificação de mama
De acordo com Peres, a situação é natural do envelhecimento. Conforme dito pelo especialista, as mamas se alteram com o passar dos anos, e a calcificação pode ser um efeito disso.
Diagnóstico
“A forma mais eficaz de identificar os cálculos nas mamas é por meio da mamografia. Dificilmente o ultrassom ou ressonância magnética conseguem mapear a calcificação. Por isso, é essencial que a mulher faça exames de rotina segundo a recomendação médica”, afirma Peres. “Existem três tipos de diagnóstico: as calcificações tipicamente benignas, que não são nocivas; as suspeitas, que exigem biópsia; e as altamente suspeitas de malignidade, que indicam um câncer de mama”, continua o mastologista.
Tratamento da calcificação das mamas
Irá depender do tipo de cálculo. No caso do tipicamente benigno, não há necessidade de nenhum tratamento. Apenas o acompanhamento periódico, conforme a indicação médica. Mas os quadros suspeitos precisam de mamotomia para confirmar ou descartar um câncer de mama. “Guiada pela mamografia, a mamotomia é um exame laboratorial em que colhemos uma amostra do tecido lesionado ou cálculo para analisar se há células malignas”, ensina Peres.
Se o resultado constar positivo para o câncer de mama, o tratamento inclui a retirada do quadrante mamário afetado ou de toda a mama. Tal decisão está relacionada à gravidade, a fim de evitar a recidiva da doença. Portanto, fale com seu médico sobre a situação e esclareça todas as dúvidas. Além da cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia podem integrar os cuidados contra a enfermidade.
Perguntas frequentes
Dá para prevenir a calcificação das mamas?
Por estar ligada ao envelhecimento, não é possível realizar tratamentos ou prever se você irá desenvolver os cálculos. Todavia, é desejável repetir exames de rotina das mamas a cada seis meses — sobretudo a partir dos 50 anos ou até antes, se o médico julgar válido.
Toda calcificação pode ser um risco ou o próprio câncer?
Esta é uma dúvida muito frequente. Mas Peres alega que nem toda calcificação irá se tornar um câncer, embora a maioria dos cânceres de mama comecem com calcificações. “De qualquer forma, reforço que os exames das mamas e o acompanhamento com o mastologista devem fazer parte da rotina da mulher. Assim, frente a um diagnóstico maligno, conseguimos tratar de forma precoce e com recursos menos invasivos”, finaliza.
O autoexame pode detectar a calcificação?
Apesar de ser extremamente útil para notar nódulos anormais nas mamas, apalpá-las não é o suficiente. Afinal, boa parte dos cálculos são pequeninos demais e imperceptíveis ao toque. São poucas mulheres que conseguem notar o corpo estranho de forma “manual”.
Fonte: Fernando Pontes, mastologista e cirurgião oncoplástico de mamas da clínica Mantelli – CRM 134871.