Bomba de insulina: como funciona e quando é indicada
A bomba de insulina é um aparelho bastante utilizado por algumas pessoas portadoras de diabetes. De aplicação subcutânea, o dispositivo libera a insulina de ação rápida de forma contínua, em doses que podem ser variadas durante o dia, dependendo da necessidade de cada indivíduo.
Além disso, pode ser acoplada a sensores de glicemia intersticial (CGM) e certos modelos possuem recursos adicionais mais sofisticados. Por exemplo, suspensão automática da infusão de insulina quando o paciente tiver tendência ou apresentar hipoglicemia e até funcionar como um pâncreas artificial híbrido.
Priscilla Cukier, médica endocrinologista assistente do Hospital Santa Catarina, explica a seguir quando a bomba de insulina é indicada, suas funções e outras informações essenciais sobre o equipamento.
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Em quais casos a bomba de insulina é indicada?
A bomba de insulina pode ser utilizada por pessoas portadoras de diabetes que fazem insulinoterapia basal-bolus. Por outro lado, o equipamento é mais indicado quando as terapias com insulina em seringas e canetas não estão proporcionado o controle de forma confiável. De acordo com Cukier, Cukier o bom aproveitamento da bomba de insulina depende da boa adesão ao tratamento da diabetes, como monitoramento adequado da glicemia e contagem precisa de carboidratos. Veja outros casos em que a bomba é recomendada.
- Pacientes que usam doses muito baixas de insulina diariamente.
- Pessoas que precisam de quantidades muito variadas de insulina basal ao longo do dia.
- Episódios frequentes de hipoglicemia, mesmo com ajuste na dose de insulina.
- Rotina atribulada e indefinida que atrapalha a aplicação de múltiplas doses de insulina.
Como funciona
A bomba é conectada ao indivíduo por meio de cateter, peça que faz a passagem da insulina para o sangue. A princípio, a bomba funciona com doses de programação personalizadas. Por exemplo, quando o indivíduo está fazendo uma refeição, é feita a infusão de bolus. Ou seja, são liberadas quantidades maiores de insulina na circulação sanguínea em momentos de maior necessidade.
Quais são os riscos para a saúde?
Se estiver funcionando perfeitamente, não há riscos para a saúde — mas como todo aparelho eletrônico, é possível que a bomba quebre ou acabe a bateria. Também pode ocorrer alguma disfunção na infusão, como bolhas de ar, desconexão da cânula ou cânula dobrada. Tais defeitos podem causar a descompensação da glicemia se não forem percebidos rapidamente.
Onde comprar a bomba de insulina?
No Brasil, apenas as empresas Medtronic e Roche comercializam o aparelho, cuja recomendação é feita pelo médico de acordo com cada pessoa. O aparelho da Medtronic, por exemplo, consegue monitorar e calcular as necessidades de insulina de acordo com a base de dados de glicose do sensor. A tecnologia também faz modificações precisas de insulina de ação rápida para impedir altos e baixos na rotina do paciente. Outro ponto positivo é que ela corrige automaticamente as hiperglicemias a cada cinco minutos.
Para quem tem dúvidas sobre o funcionamento da bomba de insulina, a Roche oferece um curso gratuito para os pacientes. O material ensina quais são as principais funções da ferramenta, como fazer a programação e os tipos de doses, além de outras informações relevantes. Todo o conteúdo está disponível no youtube.
O SUS oferece o equipamento?
Apesar de ser um equipamento facilitador, o SUS ainda não oferece o recurso. Mas um projeto em andamento no Senado pode mudar isso. O PL 12/2022 tem como autora a senadora Rose de Freitas (MDB-ES), que acredita que a tecnologia ajuda a controlar a glicemia, trazendo mais conforto para pessoas portadoras de diabetes.
Fonte: Priscilla Cukier, médica endocrinologista assistente do Hospital Santa Catarina, em São Paulo (SP).