Barotrauma: o que é, sintomas, causas e tratamento

O barotrauma é uma lesão no tecido de um órgão causada pela diferença da pressão interna com a do ambiente externo. Para os médicos, pode ser considerado como todo efeito negativo decorrente da pressão entre uma cavidade anatômica preenchida por um gás, como por exemplo o oxigênio, e a ambientação.

Existem diversos tipos de barotrauma, mas as mais comuns costumam incluir o barotrauma do ouvido, o pulmonar e, mais raramente, o gastrointestinal. Assim, em casos em que há presença de dores ou falta de ar, é importante consultar um otorrinolaringologista ou um pneumologista para identificar a lesão o quanto antes.

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Causas do barotrauma

As principais causas por trás de um barotrauma são atividades que envolvam variação de pressão do ambiente com o corpo humano. Uma delas é a prática de mergulho. Isso porque quando uma pessoa submerge, a pressão da orelha média consegue ser equivalente até cerca de dois metros de profundidade.

Porém, mergulhar mais do que essa distância sem equipamentos adequados pode resultar em uma lesão interna, atingindo a membrana do tímpano. Há também situações em que a condição ocorre durante viagens aéreas, pois na hora de decolar e de aterrissar um avião, as pressões da cabine e da parte interna do ouvido são discrepantes.

Por fim, há também casos em que um indivíduo recorre a tratamentos em camas hiperbáricas, como a oxigenoterapia, em que a pressão da câmara é maior do que a da orelha média ou do pulmão, resultando em um barotrauma. Assim, estima-se que de 30 a 50% dos efeitos colaterais dessas terapias sejam problemas otológicos.

Sintomas

Quando o barotrauma ocorre no ouvido, o sintoma mais comum é a perda temporária da audição por conta do entupimento causado pela pressão. Dores, tontura e náusea também podem surgir.

Para lesões pulmonares e gastrointestinais, os sinais mais recorrentes incluem perda de ar, dificuldade para respirar, dores na região torácica e estomacal, eventuais sangramentos nasais e tonturas.

Em crianças, especialmente menores de três anos de idade, o ato de chorar durante uma viagem de avião pode ser um indicativo de que a pressão pode estar machucando o ouvido.

Tratamento

O diagnóstico é feito pela anamnese, ou seja, o histórico do paciente. Após isso, é feito um exame físico por meio de otoscopia para identificar um barotrauma no ouvido. Exames de imagem servem para uma extensão, sendo mais indicados para os casos pulmonares.

Já o tratamento pode ser feito por meio do uso de analgésicos, anti-inflamatórios, e em casos mais avançados, antibióticos. Muitos barotraumas também podem ser evitados com a manobra de valsalva, que consiste em tentar equilibrar a pressão da orelha média com o meio externo.

Para isso, basta segurar a respiração e tentar soprar com força o ar com a boca fechada e o nariz tapado, equiparando a pressão interna com a externa. Para pacientes que sofrem muitos com voos, o médico pode recomendar um tratamento profilático com vasoconstritor nasal, a fim diminuir os episódios traumáticos.

Dessa maneira, em casos em que o indivíduo pratica natação ou trabalha em alto mar, pede-se para evitar mergulhos profundos. Vale ainda ressaltar que a limpeza do excesso de cerume no ouvido por um otorrino é indicada, pois se houver algo entre o tímpano e o meio externo, pode levar ao barotrauma. Em casos mais graves, é necessário realizar cirurgia.

Fonte: Dr. Fernão Bevilacqua, otorrinolaringologista do Hospital Albert Sabin de SP (HAS) e membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e da Academia Brasileira de Audiologia APM CFM. CRM: 143.759