Balanite e balanopostite: inflamações no pênis precisam de cuidados
Muitos homens sofrem com inflamações no pênis por diversos motivos. A balanite e balanopostite são duas condições que mais acometem o público masculino e “caminham” juntas. Para evitá-las, é importante prezar a higiene íntima e proteger a vida sexual. Veja que são essas inflamações, causas e por que pode ser perigoso negligenciá-las.
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Diferenças entre balanite e balanopostite
De acordo com o médico urologista Adriano Cardoso Pinto, do Hospital São Camilo (SP), ambas as doenças afetam o pênis do homem. A balanite é a inflamação da glande, pele que recobre o prepúcio. Por sua vez, a balanopostite prejudica não apenas a glande, mas também o prepúcio. “Essas doenças são prevalentes no Brasil, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. No entanto, quando não são devidamente tratadas, o quadro pode progredir para um câncer de pênis, cujo agravante é a infecção pelo HPV. Por isso, é importante se conscientizar sobre as formas de higiene, que podem evitar muitos casos”, afirma o especialista. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pênis é raro, e normalmente atinge 2% da população masculina no país, sobretudo homens com 50 anos ou mais. Mas a estatística não é regra e a população mais jovem pode ser vítima do problema.
Causas
Adriano explica que as principais responsáveis pela balanite e balanopostite são as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) contraídas por meio do sexo sem proteção. “Todavia, a origem também pode ser alérgica, como sensibilidade ao látex da camisinha, doenças autoimunes e quadros reativos de outras doenças. Outra causas são a contaminação por fungos, como a candida albicans, que provoca a candidíase, fimose e diabetes”, explica o médico.
Sintomas da balanite e balanopostite
Tanto as inflamações da glande quanto do prepúcio são desconfortáveis. Ou seja, podem provocar:
- Dor, ardência ao urinar, e irritação.
- Lesões e descamação da pele irritada.
- Coceira e inchaço da cabeça do pênis, que pode levar ao estreitamento do canal urinário.
- Secreção de pus e mau cheiro.
Diagnóstico
A consulta com o urologista é útil para avaliar os sintomas, histórico de infecções (se houve algum episódio anterior, por exemplo) e o estilo de vida, que leva em conta as atividades sexuais, se faz sexo com preservativo e se há enfermidades como o diabetes. Em conjunto, o médico solicita exames laboratoriais para detectar ISTs, vírus, fungos, bactérias e alergias. Dessa forma, os resultados ajudam no fechamento do diagnóstico. Em casos de suspeita de câncer, a biópsia entra na lista de verificação do paciente.
Tratamento para balanite e balanopostite
Feito o diagnóstico, o tratamento será adequado para a causa das inflamações íntimas. A seguir, o urologista Adriano Cardoso enumera possíveis alternativas para alguns agentes da balanite e da balanopostite. Vale ressaltar que todas as situações exigem o uso de preservativo. “Dessa forma, evita-se a contaminação de outras pessoas e a possibilidade de contrair uma nova infecção”, complementa.
ISTs
Se o problema estiver relacionado a infecções sexualmente transmissíveis, o homem não deverá só tratá-las, mas avisar às companhias íntimas sobre a enfermidade para o tratamento conjunto. Doenças como gonorreia, sífilis e HIV possuem linhas de cuidado específicas. Portanto, consulte o médico para receber as orientações para seu caso.
Fungos e bactérias
Em geral, antifúngicos e antibióticos em forma de comprimido ou pomada são o tratamento mais comum para esses fatores.
Fimose
A fimose é o excesso de pele que deixa o prepúcio estreito. Em outras palavras, o homem não consegue expor toda a glande e realizar a higienização eficaz. Como resultado, o acúmulo de resíduos associado à umidade geram o ambiente favorável à proliferação de vírus, bactérias e fungos. “A princípio, a circuncisão é a melhor forma de corrigir a fimose e melhora a limpeza da área íntima”, esclarece Adriano.
Alergias e atrito
Se o homem tiver problemas com o látex, por exemplo, precisa recorrer a preservativos que não contenham o material. Atualmente, há muitas opções que substituem o látex e garantem o mesmo nível de proteção e conforto durante a relação sexual. Quando a condição está ligada ao atrito, utilizar lubrificantes durante o ato sexual pode reduzir a incidência de lesões.
Diabetes e outras doenças
Os portadores de diabetes são muito mais vulneráveis a novos episódios inflamatórios. Assim, controlar a glicemia, a alimentação e utilizar os medicamentos de forma contínua previnem a balanite e a balanopostite de repetição. A recomendação vale para as demais enfermidades, que necessitam de acompanhamento para o controle das inflamações.
Balanite e balanopostite: dá para prevenir?
Segundo Adriano, a boa higiene aliada à proteção sexual são práticas que lideram a prevenção das duas doenças. “Outro aviso é que o pênis precisa se manter seco. O gotejamento de urina depois de ir ao banheiro umedece a região e aumenta as chances de infecções. Então, antes de urinar, precisa puxar a glande, expor o prepúcio e urinar. Logo depois, finaliza o processo secando bem o prepúcio para recolher o pênis”, ensina o urologista. Por fim, faça visitas regulares ao urologista e clínico geral para monitoramento periódico da saúde, mesmo sem sintomas ou desconfortos.
Fonte: Adriano Cardoso Pinto, médico urologista do Hospital São Camilo, em São Paulo (SP).