Baixa umidade do ar: saiba como a condição afeta a saúde
Em algumas épocas do ano, especialmente no final do inverno e no começo da primavera, a baixa umidade do ar é comum em determinados locais do Brasil. Isso acontece por diversas razões, as quais se destacam a poluição e a ausência de chuvas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, um ar “respirável”, deve conter entre 50% e 80% de umidade. Abaixo desse parâmetro, a situação torna-se nociva para a saúde.
Veja também: Aumento de casos de influenza A exige cuidados; confira quais
Afinal, como a baixa umidade do ar afeta a saúde?
“Todas as funções do nosso metabolismo ocorrem pelo meio aquoso. Por isso, precisamos de água para que o corpo funcione adequadamente. No caso da umidade do ar, ela serve para melhorar a eficiência da troca gasosa de nossa respiração. Sem a umidade ideal, o corpo sofre uma série de problemas, como as alergias respiratórias”, explica Fernão Bevilacqua, otorrinolaringologista do Hospital Albert Sabin de São Paulo (HAS).
“O nariz tem uma das funções de aquecer, filtrar e umedecer o ar que vai para os pulmões. Quando o ar está muito seco, sobrecarrega as vias aéreas, que precisam produzir mais muco para umedecer o ar, causando rinites, obstruções nasais e outros quadros inflamatórios”, complementa o médico.
Além disso, o ar seco provoca o ressecamento das mucosas – olhos, nariz e garganta – e deixa essas áreas mais sensíveis.
Outros problemas que a baixa umidade do ar pode causar ao organismo
- Desidratação, principalmente em dias mais quentes.
- Sangramento nasal.
- Ressecamento e alergias da pele (dermatites atópicas, por exemplo).
- Inflamações das vias respiratórias: rinite, sinusite, bronquite e asma.
- Alergias e infecções oculares, como a conjuntivite.
Cuidados essenciais
Embora não seja possível controlar o ambiente externo, Bevilacqua afirma que certos hábitos podem amenizar os males decorrentes do ar excessivamente seco. Confira algumas recomendações do especialista:
- Hidrate-se: é mais fácil beber água quando está calor, mas o clima frio e seco não desperta a sede. Portanto, redobre a atenção ao consumo de líquidos nessas situações para evitar desidratação e demais problemas ocasionados pela falta de umidade. A dica é sempre ter uma garrafinha de água por perto, inclusive dentro da bolsa.
- Evite atividades físicas ao longo do dia: sobretudo se a umidade relativa do ar estiver abaixo de 30%, que indica estado de atenção. Contudo, se você não abre mão do exercício, busque se movimentar nas primeiras horas da manhã ou no final do dia, quando a umidade do ar costuma ser mais favorável.
- Utilize umidificadores de ar no ambiente: eles ajudam a criar umidade para o ar em casa, no escritório e em outros locais fechados. Existem diversas opções portáteis que facilitam o transporte e com boa autonomia, umidificando o espaço por horas.
- Hidrate o nariz: aplicar soro fisiológico e outros produtos com propriedades hidratantes nas fossas nasais alivia o desconforto do ressecamento e das alergias.
- Aposte na nebulização: se você convive com doenças e alergias respiratórias, é importantíssimo ter um inalador em casa. Fazer sessões de nebulização com soro fisiológico pode minimizar os sintomas típicos desses distúrbios. A prática ajuda a levar umidade para o nariz, garganta e pulmões e melhora o bem-estar da respiração.
Fonte: Fernão Bevilacqua, otorrinolaringologista do Hospital Albert Sabin de SP (HAS) e membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e Academia Brasileira de Audiologia APM CFM – CRM 143.759.