Autoteste de Covid-19 segue proibido no Brasil

Saúde
10 de Janeiro, 2022
Autoteste de Covid-19 segue proibido no Brasil

Não é de hoje que sabemos da importância da testagem em massa para detectar a covid-19. “Temos uma mensagem simples para todos os países: teste, teste, teste”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em março de 2020, logo no início da pandemia. No entanto, o autoteste de Covid-19 – prática comum nos Estados Unidos e Europa – segue proibido no Brasil desde 2015.

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De acordo com a Anvisa, os autotestes “não podem ser fornecidos a usuários leigos” para identificar a “presença ou exposição a organismos patogênicos ou agentes transmissíveis, incluindo agentes que causam doenças infecciosas passíveis de notificação compulsória”. A resolução da agência, no entanto, indica que a proibição pode ser revogada “tendo em vista políticas públicas e ações estratégicas formalmente instituídas pelo Ministério da Saúde e acordadas com a Anvisa”.

A importancia do autoteste de Covid-19

Os autotestes caseiros são exames de antígeno. Para realizá-lo, a própria pessoa coleta o material com auxílio de um swab, como em um PCR normal, e o deposita sobre uma superfície que aponta se ela está infectada ou não.

Os autotestes ganharam importância na pandemia por serem mais simples, rápidos e também mais baratos. Assim como os PCR, podem apresentar elevada capacidade de detecção do vírus.

Na Inglaterra, por exemplo, os moradores recebem, gratuitamente, o autoteste de Covid-19, bem como um manual com orientações. Uma pessoa que tem contato com alguém que testou positivo, por exemplo, pode receber um kit com sete testes para fazer em casa ao longo de uma semana. Além disso, os testes da Inglaterra contam com um QR Code que abastece a base de dados do sistema de saúde britânico.

Autotestes liberados no Brasil

A modalidade de autoteste já é utilizada no Brasil em algumas situações. Desde 2017, por exemplo, é possível saber se uma pessoa está ou não contaminada pelo vírus HIV. O produto é comercializado nas farmácias de todo o país, e em 2019 passou a ser oferecido, gratuitamente, pelo SUS, para pessoas em situação de vulnerabilidade. Outros autotestes também são amplamente comercializados no país, como os usados para aferir a dosagem da glicose, em pacientes com diabetes, e os de gravidez.

Segundo a Anvisa, “são liberados exames próprios em que o resultado não determine um estado crítico. Ou então, seja preliminar e requeira acompanhamento com o teste laboratorial adequado”.

Tipos de testes para detectar a covid-19 

Atualmente, para identificar a presença do coronavírus, existem três opções de testes:

  • RT-PCR: considerado padrão ouro para diagnosticar a covid-19, é feito por meio do swab nasal (cotonete grande introduzido no nariz ou na garganta) para colher a secreção respiratória com o material genético do vírus vivo. Deve ser feito na primeira semana de sintoma;
  • PCR-Lamp: é o teste molecular mais barato, conveniente, avançado e de rápido resultado para a detecção de coronavírus. Pode ser comprado diretamente pelo consumidor final, geralmente online, sem pedido médico. Diferente também do RT-PCR, é feito com a saliva.
  • Antígeno: também chamado de “teste rápido”, utiliza o swab nasal. O teste de antígeno busca fragmentos (proteínas) do vírus para apontar a infecção e fica pronto em até 30 minutos.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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