Ataque Isquêmico Transitório: o que é e o que caracteriza o “mini-AVC”
Ao falarmos sobre o acidente vascular cerebral – o famoso AVC – a atenção deve sempre ser máxima. Ainda mais quando ela pode acontecer de várias maneiras, incluindo uma mais branda – o ataque isquêmico transitório.
“Um ataque isquêmico transitório (AITs) ou ‘mini acidente vascular cerebral’ é causado por uma interrupção temporária no suprimento de sangue para parte do cérebro, interferindo no fornecimento de oxigênio”, explica Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, pós-doutor e PhD em neurociências.
Os seus sintomas são facilmente perceptíveis. Por isso, deve-se ter atenção aos pontos abaixo:
- Rosto: pode “cair” para um lado; a pessoa pode não conseguir sorrir, ou a boca ou os olhos caem;
- Fala: arrastada ou distorcida, não conseguir falar, apesar de parecer estar acordado; problemas para entender o que as pessoas dizem;
- Braços: a pessoa pode não conseguir levantar os dois braços e mantê-los levantados devido à fraqueza ou dormência em um deles;
- Visão: dupla ou embaçada.
Ainda de acordo com o especialista, os pacientes podem também sentir dores de cabeça repentinas, tonturas e até experienciar perda de equilíbrio.
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Quais as causas e tratamentos para o ataque isquêmico transitório?
Como explicado acima, o AIT pode acontecer como decorrência de um coágulo sanguíneo que bloqueia, de forma temporária, o fluxo de sangue para o cérebro. Esse coágulo pode ter diferentes origens, desde danos arteriais causados pelo colesterol alto ou pela pressão arterial elevada, até coágulos formados no coração por conta de infartos recentes ou anomalias cardíacas – e que ‘viajam’ pela corrente sanguínea até o cérebro.
“O tratamento depende das circunstâncias, como idade e histórico médico”, continua. “O coágulo pode ser removido de forma natural, pelo próprio organismo. Isso não quer dizer que não tenha que ir ao hospital. Em casos como esse, recomenda-se a emergência. Pode ser necessário o uso de remédios, até mesmo como precaução aos riscos de AVC”, diz.
Fabiano ainda explica que, em alguns casos, pode ser necessária uma cirurgia, chamada endarterectomia carotídea, para desbloquear as artérias carótidas, os principais vasos sanguíneos que fornecem sangue ao cérebro.
“Também pode ser necessária uma mudança na rotina de vida para hábitos mais saudáveis”, esclarece.
A boa notícia é que, na maioria dos casos, o ataque isquêmico transitório não deixa sequelas, uma vez que é caracterizado pela interrupção temporária da passagem do sangue para o cérebro. “Pode deixar lesões leves ou não, mas, dependendo do caso e do tempo de duração, pode ter sequelas menos graves que o AVC”, finaliza.
Fonte: Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, pós-doutor e PhD em neurociências