Arrancar os cabelos pode ser sinal de tricotilomania
Na reta final do Big Brother Brasil 2023, a médica Amanda Meirelles parece estar mais ansiosa no confinamento. No último domingo, Aline Wirley, participante do BBB, notou que o couro cabeludo de Amanda estava ferido após ela arrancar os cabelos sucessivamente. Em outro momento, Amanda revelou que, além dos cabelos, já chegou até mesmo a usar pinça para arrancar os pelos dos dois braços.
Apesar de parecer um hábito inofensivo, puxar os fios de cabelo pode ser sinal de tricotilomania, uma desordem comportamental caracterizada pelo impulso incontrolável de arrancar pelos ou fios de cabelo. Continue lendo e entenda.
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Hábito de arrancar os cabelos: Afinal, o que é tricotilomania?
De acordo com a médica dermatologista, Dra. Cintia Guedes, a tricotilomania está ligada fortemente à ansiedade e problemas emocionais. Muitas vezes, ela pode envolver rituais, selecionando fios específicos, optando por um número determinado de cabelos ou ainda um tipo específico de fio (grossos ou finos, mais claros ou escuros, mais ondulados ou mais lisos) para remover.
Além de arrancar com as próprias mãos, há também pessoas que utilizam até ferramentas, como pinças, como relatou a participante do BBB: “Geralmente são mulheres, que chegam no consultório do dermatologista se queixando de falhas no couro cabeludo. Algumas delas percebem os impulsos. Outros podem arrancar os fios de maneira automática, durante atividades rotineiras, como por exemplo enquanto assistem televisão. Dessa forma, as falhas aparecem sem que se perceba quando elas começaram”, argumenta.
Assim, a tricotilomania também pode causar uma série de outros problemas, como a falha capilar perceptível, vermelhidão e até infecções graves. “A condição também pode deixar cicatrizes, que podem exigir tratamentos profissionais”, afirma a médica.
Saúde mental e tricotilomania
Até o momento, ainda não há certeza sobre as causas da tricotilomania. Contudo, problemas de saúde mental podem influenciar fortemente no desenvolvimento desse transtorno, são eles:
- Traumas na infância;
- Depressão;
- Transtorno obsessivo compulsivo;
- Ansiedade;
- Estresse.
Para a médica, ao desenvolver o transtorno, o paciente pode ter emoções negativas, mesmo que ele esteja ciente da compulsão. “Desta forma, podem surgir inúmeras emoções negativas como a frustração por não conseguir controlar os impulsos, vergonha, medo de ser descoberto, além da insatisfação com a aparência — acarretada pela falta de cabelos em determinadas áreas da cabeça”, explica a médica.
Assim, também pode ocorrer que pessoas que sofrem com a tricotilomania tenham também problemas com outros comportamentos repetitivos focados no corpo, como onicofagia (roer as unhas), dermatilomania (impulso de causar lesões na própria pele por razões não cosméticas) ou ainda transtornos como depressão.
Por fim, ao identificar o comportamento busque atendimento com um médico dermatologista e já comece a desviar a atenção do cabelo, evitando puxar os fios em situações de estresse e ansiedade. Além do médico dermatologista, responsável por fazer o diagnóstico, a Dra. Cintia enfatiza que o tratamento deve ser feito por meio do acolhimento do paciente com uma equipe multidisciplinar com psicólogo, psiquiatra e o próprio dermatologista. “No caso de falhas capilares, o dermatologista pode indicar suplementos, medicamentos ou tratamentos como microagulhamento, lasers e infusão de substâncias para estimular o crescimento dos fios”, finaliza.
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Fonte: Dra. Cintia Guedes, médica dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).