Antiviral para varíola dos macacos: Anvisa libera Tecovirimat e vacina
Como uma das formas de frear o surto recente da monkeypox, o Ministério da Saúde adquiriu o medicamento Tecovirimat e o imunizante contra a doença. Os Estados Unidos têm utilizado o antiviral para varíola dos macacos em alguns casos para evitar o agravamento dos sintomas. Apesar da falta de registros, a Anvisa aprovou ambos a pedido da Saúde, devido à urgência da crise sanitária. O Tecovirimat será útil apenas em casos potencialmente graves da infecção. Ou seja, em situações que a pessoa corre o risco de ter complicações variadas, como sepse, hemorragias, encefalite, entre outras.
Por sua vez, a vacina será a Jynneos/Imvanex, produzida pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordik, que também está fornecendo o imunizante para os Estados Unidos e a Europa.
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Como funciona o antiviral para varíola dos macacos?
Em geral, o medicamento age como uma espécie de bloqueador do vírus no organismo. Dessa forma, ou ele enfraquece o vírus e evita a multiplicação, ou simplesmente cria uma defesa para conter o ataque dos micro-organismos às células. A princípio, o Tecovirimat foi criado para a varíola humana. Contudo, a semelhança entre o vírus humano e a zoonose permite a administração para a monkeypox.
Segundo estudos publicados na revista científica The Lancet, o antiviral reduz a chance de morte pelo vírus em animais logo no início da doença. Já em pessoas, o fármaco pode reduzir o ciclo de vida da varíola dos macacos e risco da disseminação do vírus. Quanto à apresentação, o antiviral está disponível de forma oral ou intravenosa, mas ainda não há informações se o Brasil receberá uma ou ambas as opções.
Quando a vacina e antiviral chegarão ao Brasil?
A previsão é que a dupla chegue em setembro, ainda sem divulgação da data. De acordo com a aprovação da Anvisa, a vacina poderá ser oferecida para pessoas com 18 anos ou mais. A princípio, o esquema vacinal se divide em duas doses, com intervalo de 28 dias entre cada. Assim como o antiviral para varíola dos macacos, o imunizante é destinado para a varíola humana, que não existe mais no Brasil desde a década de 1980. No entanto, a vacina é igualmente eficaz no combate à monkeypox, fato que a Organização Mundial da Saúe já confirmou. Afinal, os dois vírus são da mesma família — Orthopoxvirus — então possuem características similares.
Relembre os sintomas e como se cuidar
O ciclo da monkeypox dura entre 5 e 21 dias, mas normalmente a manifestação começa no 13º dia. A partir daí, podem aparecer febre, falta de ar, dores musculares, fadiga e inchaço nos gânglios. Mas a principal marca da doença são lesões na pele em forma de erupções, bem parecidas com as da catapora e da sífilis. Em geral, os sintomas desaparecem entre 7 e 14 dias e sem complicações. Todavia, é importante receber o devido suporte médico para controlar os desconfortos e seguir o isolamento por 21 dias.
Atualmente, devido ao aumento de casos no Brasil e no mundo, a recomendação é:
- Evitar o contato com pessoas doentes.
- Reforçar os cuidados de higiene: lavar as mãos, utilizar álcool em gel e máscara em locais fechados, como cinemas, aviões e aeroportos.
- Não compartilhar itens pessoais com outras pessoas.
- Usar preservativo nas relações sexuais.
O vírus da monkeypox pode matar?
O crescimento repentino da doença e a morte recente de uma pessoa no Brasil acendeu o alerta para a população. Em contrapartida, a taxa de mortalidade da doença é pequena. Para se ter uma ideia, dos milhares de casos pelo mundo, seis pacientes faleceram.
Mas isso não quer dizer que o vírus seja perigoso, pois pode desencadear outras doenças, como broncopneumonia, sepse, infecção da córnea e encefalite. Mulheres grávidas devem ter mais atenção, pois existem riscos de parto prematuro, aborto e malformações congênitas no bebê.