Anticorpos de mães vacinadas oferecem proteção contra covid aos bebês via amamentação, aponta estudo
Não é novidade que o leite materno apresenta diversos benefícios para o desenvolvimento dos bebês. Por ser completo, ele oferece todos os nutrientes, vitaminas e minerais necessários para os primeiros meses de vida. Agora, pesquisadores da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, apontam que o leite materno de mães vacinadas contra a covid-19 também pode oferecer anticorpos para a criança. Continue lendo e entenda!
Leia também: Quarta dose da vacina é o que protege contra a Covid longa, diz estudo
Anticorpos de mães vacinadas
A descoberta dos pesquisadores comprova uma tese já disseminada por cientistas a partir de algumas evidências. No entanto, agora a nova pesquisa traz mais informações a partir de um estudo feito com a amostra do leite de 34 mães que receberam a vacina da Pfizer ou da Moderna e das fezes de 24 bebês.
Os resultados da análise foram publicados na última semana na revista científica Journal of Perinatology. Ao todo, os pesquisadores avaliaram 101 amostras de leite, 96 de sangue materno e 31 de fezes, mas é importante reforçar que nem todos os participantes liberaram todas as amostras durante o estudo.
Dessa forma, os cientistas avaliaram prioritariamente as fezes dos bebês amamentados por mães devidamente imunizadas. Assim, eles encontraram anticorpos, indicando o repasse via leite materno. Além disso, os pesquisadores se preocuparam em coletar as amostras em dias diferentes, o que permite a comparação com os níveis de anticorpos com o passar do tempo.
Por fim, os pesquisadores da Universidade da Flórida informaram ter dificuldades para encontrar mães que ainda não se vacinaram contra a covid-19. Isso acontece devido ao fato que a cobertura vacinal já estar avançada. Dessa forma, o estudo não oferece um panorama geral, mas ainda sim, as descobertas são animadoras e reforçam a necessidade de manter a vacinação no caso de grávidas e puérperas.
Outras estudos sobre os anticorpos de mães vacinadas
Já em março de 2020, no começo da pandemia, a Organização Mundial da Saúde – OMS, já havia concluído que, apesar da presença do vírus no leite materno, ele já é transferido, de forma inativa, tendo sido considerada uma forma de proteção contra a Covid-19 em crianças.
Da mesma forma, outro estudo brasileiro conduzido pela FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) apresenta uma informação complementar importante. A análise atesta que o leite materno transmite proteção contra a doença, não tendo sido diagnosticada a infecção ou mesmo qualquer um dos seus sintomas em nenhuma das crianças, que seguem sendo acompanhadas até os 2 anos.
Dose de reforço contra Covid precisa ser prioridade
Por fim, ainda que os benefícios de imunização para o bebê sejam claros, as mães não podem descuidar do esquema vacinal. No ápice da pandemia, a vacina foi uma salvação para milhões de pessoas. Afinal, o imunizante diminui os riscos de transmissão do vírus, assim como possíveis complicações.
Porém, com o passar do tempo, é importante receber a dose de reforço contra o Covid, pois a proteção vacinal entra em declínio. Com as vacinas em dia, a resposta imunológica contra o vírus volta a ser eficaz. Dessa forma, a imunidade de rebanho se fortalece.
Ou seja, não basta que poucas pessoas se vacinem para garantir a segurança. A adesão da vacina precisa ser coletiva para enfraquecer a disseminação do vírus.
Referência: Journal of Perinatology e FMABC (Faculdade de Medicina do ABC).