Mães em tratamento de câncer de mama podem amamentar? Especialista explica
Outubro é o mês de conscientização sobre o câncer de mama, tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo. Embora não seja tão comum, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) afirma que 3% dos diagnósticos acontecem durante a gravidez. Com base nesse dado, a dúvida que surge é: como fica a amamentação durante o tratamento de câncer? Confira a seguir.
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Amamentação durante o tratamento de câncer de mama é indicada?
De acordo com a Dra. Gabriella Maria Ramos Ávila, pediatra do Grupo Prontobaby, pacientes oncológicas que estejam realizando sessões de quimioterapia ou radioterapia não são aconselhadas a amamentar durante esse período, por conta do risco da medicação passar pelo leite e intoxicar o bebê.
Em tratamentos quimioterápicos e hormonioterápicos, a pediatra orienta que a medicação leva um tempo para ser metabolizada pelo organismo para que então, o aleitamento seja seguro para o bebê.
“Depois do término da quimioterapia, o ideal é esperar de 60 a 90 dias, dependendo da droga utilizada. Mas, em geral, após a quimioterapia, a maioria das pacientes precisa dar continuidade com a hormonioterapia, que também impede a amamentação”, explica a médica Gabriella Maria Ramos Ávila.
Fase de segmento
Quanto aos riscos de conter algum resíduo de remédio no leite, é importante destacar que mulheres já tratadas e em em fase de acompanhamento e monitoramento podem fazer o aleitamento sem risco, pois não há mais substâncias prejudiciais ao bebê.
“Pacientes que retiraram uma das mamas e têm a outra sem alteração também podem amamentar. Já em mulheres que fizeram a retirada parcial do seio, pode depender do tipo de cirurgia realizada e como a doença se manifestou. Se os dutos que levam o leite até o mamilo não tiverem sofrido alteração, ela pode ocorrer naturalmente”, explica a pediatra.
Dessa forma, a amamentação aumenta a imunidade infantil por causa de anticorpos que evitam infecções virais e bacterianas, como diarreias e infecção de vias aéreas superiores. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a OMS preconizam o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida. Além disso, o leite materno deve continuar como uma opção mesmo após a introdução dos alimentos sólidos, até os dois anos.
Alimentação do bebê: fórmula entra como uma opção
No caso de tratamento de câncer durante a amamentação, a médica indica: “Como opção, o lactente pode receber fórmulas infantis adequadas a menores de seis meses ou um ano, a depender da faixa etária. Portanto, a mulher pode ainda recorrer ao banco de leite na tentativa de alimentar o bebê com leite humano”, sugere Gabriella.
Essa forma de alimentar o bebê é muito comum em casos em que a mãe apresenta condições que impossibilitem o recebimento do leite materno. Algumas delas são: HIV+, baixa produção de leite e outras doenças graves, como galactosemia.
Por fim, quando o aleitamento materno é inviável, é importante diferenciar a fórmula infantil dos compostos lácteos:
“Crianças menores de 1 ano não devem consumir compostos lácteos. Já as fórmulas infantis, consideradas de partida, cadastradas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), se destinam à alimentação de lactentes sob prescrição do profissional de saúde. Classificadas por números, de acordo com a idade prescrita pelo médico que acompanha a criança”, explica a pediatra Marina Noia, do grupo Pronto Baby.
Afinal, como escolher a melhor fórmula infantil?
Existem inúmeras opções no mercado, o que pode dificultar a escolha assertiva para as necessidades dos pequenos. Mas, antes de se preocupar com a formulação ideal, você deve consultar o médico pediatra e/ou nutricionista para avaliar o cenário de cada criança.
Fonte:
- Dra. Gabriella Maria Ramos Ávila, pediatra do Grupo Prontobaby.
- Dra. Marina Noia, pediatra do Grupo Prontobaby.