Alternar o braço entre as vacinas potencializa a eficácia, aponta estudo
Uma medida simples pode melhorar a resposta das vacinas em até 4 vezes: alternar o braço no momento de receber a segunda dose. A constatação é de um estudo realizado pela Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, nos Estados Unidos e publicado no jornal científico ‘The Journal of Clinical Investigation’ em janeiro deste ano. Saiba mais a seguir!
Detalhes do estudo
O estudo recém publicado contou com a participação de 947 pessoas. Todas elas receberam as duas doses da vacina contra covid-19 e tiveram as respostas de anticorpos medidas pelos pesquisadores. Assim, para chegar até os resultados, os participantes foram divididos em dois grupos: o primeiro deles recebeu as duas doses da vacina no mesmo braço e o segundo, recebeu o imunizante em braços alternados.
Ao final do estudo, os pesquisadores identificaram um aumento considerável na resposta dos anticorpos das pessoas que haviam participado do segundo grupo, que recebeu o imunizante em braços alternados. Os achados científicos vão além: a pesquisa revelou que a simples medida pode oferecer uma imunidade mais eficaz com relação à cepa original do COVID-19 e uma resposta mais forte para a variante ômicron.
“Essa foi uma das descobertas mais significativas e provavelmente não se limita apenas às vacinas da Covid-19”, diz o médico Marcel Curlin, coordenador do trabalho.
Além disso, para completar, o nível de proteção também aumentou progressivamente. Assim, durante o estudo, os pesquisadores identificaram que o ganho foi até 4 vezes maior do que em comparação ao outro grupo.
No entanto, mais estudos devem aprofundar a relação da alternância dos braços na aplicação das vacinas para identificar a necessidade de estender o hábito aos demais imunizantes.
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Afinal, porque alternar o braço pode melhorar a eficácia das vacinas?
A explicação para o aumento da eficácia da vacina pode ter relação com o estímulo da resposta imunológica em ambos os lados do corpo. Ou seja, quando recebemos a vacina, há uma reação contra o vírus ou bactéria.
Dessa forma, as células do sistema imunológico capturam parte do invasor e o levam para os gânglios linfáticos, onde o sistema imunológico aprende a combatê-lo. Assim, a ideia dos pesquisadores é trocar o braço, pois os lados do corpo têm conexões diferentes com os gânglios linfáticos. Ao variar os lados, fortalecemos a resposta imunológica e melhoramos a proteção contra a doença. É como treinar o sistema de defesa do corpo em dois lugares em vez de apenas um.