Alta miopia: o que é, sintomas e tratamentos disponíveis
A miopia é uma condição bastante comum entre a população. No entanto, o distúrbio possui um variação mais grave, que pode causar sintomas mais desconfortáveis e até mesmo a cegueira. É a chamada alta miopia, que afeta uma pequena parcela de indivíduos, mas inspira cuidados para evitar complicações.
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O que é a alta miopia?
“A miopia ocorre quando a córnea é mais curva ou o comprimento de olho é maior do que o habitual, fazendo com que o foco das imagens ocorra na parte da frente da retina, quando deveria se formar atrás dela. Essas características interferem no tipo de disfunção visual, que pode apresentar: baixa miopia (até 3 graus), média miopia (de 3 a 6 graus) e alta miopia (acima de 6 graus)”, afirma Kleyton Barella, oftalmologista do Instituto Penido Burnier e especialista em catarata, glaucoma e cirurgia refrativa.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 60 milhões de brasileiros, ou mais de 25% da população, são míopes. Esse número ainda sofreu um aumento considerável durante a pandemia de Covid-19, como apontou um estudo de 2021 pela revista científica The Lancet. Segundo o levantamento, feito com oftalmologistas de toda a América do Sul, o isolamento social fez os índices de miopia progredirem cerca de 40% entre os jovens de 5 a 18 anos, que passaram a ficar mais tempo em contato direto com as luzes prejudiciais dos aparelhos eletrônicos.
Sintomas da alta miopia
Quem possui alta miopia pode apresentar sintomas mais acentuados. Por exemplo, fortes dores de cabeça, olhos vermelhos, incômodos frequentes na visão e dificuldades em realizar tarefas simples, como ler um livro. Além disso, pessoas com altos graus de miopia estão mais propensas a sofrer cegueiras e outros problemas oculares graves, como glaucoma, catarata, deslocamento de retina e degeneração macular.
Tratamento
Para evitar um possível agravamento da doença, é importante adotar tratamentos corretivos o quanto antes, como o uso correto de óculos de grau e lentes de contato. “É primordial ter acompanhamento frequente junto ao oftalmologista, que poderá indicar as melhores soluções para que ele volte a enxergar e possa realizar as atividades de forma confortável”, complementa Barella.
Além das visitas regulares ao oftalmologista, pessoas míopes podem prevenir as complicações da doença com o uso de óculos e lentes de qualidade. Sobretudo aquelas com altos índices refrativos, que permitem a confecção de lentes mais finas.
“Existe uma questão relacionada à autoestima na utilização de óculos. Assim, reduzir ou eliminar o efeito fundo de garrafa é, para muitos, tão importante quanto uma boa correção da visão. Inúmeras pessoas deixam de ver e serem vistas por conta da vergonha na utilização de lentes grossas”, afirma Makoto Ikegame, CEO e cofundador da Lenscope.
Cirurgia refrativa também é uma opção
Também conhecida por cirurgia de correção de grau, o procedimento reduz ou corrige completamente a alta miopia. “Geralmente os resultados são bastante duradouros, e os pacientes costumam usar o termo ‘liberdade’ após o procedimento”, explica o médico oftalmologista Marcelo Brito. Por outro lado, o especialista destaca que nenhum método é definitivo ou capaz de corrigir 100% todos os casos. Portanto, a visão pode voltar a ter problemas devido ao diversos fatores, como o envelhecimento.
Para realizar a cirurgia, o paciente precisa se enquadrar em alguns critérios. Por exemplo:
- Ser maior de 21 anos.
- Possuir refração com pouca ou nenhuma mudança nos últimos anos (“graus estáveis”).
- Ter córneas saudáveis e com boa estrutura para aplicação do laser.
- Ter boa lubrificação ocular.
- Por fim, caso a cirurgia seja com implantes intraoculares, a retina precisa ser saudável e com boa capacidade de visão.