Alongar antes ou depois do treino: eis a questão
O alongamento é uma estratégia muito importante para quem treina. Isso porque a prática pode contribuir para melhorar o desempenho e até prevenir lesões. Contudo, muitos podem se questionar: é melhor alongar antes ou depois do treino? Saiba mais a seguir:
Preciso mesmo fazer alongamento?
A resposta é sim. O ortopedista Daniel Oliveira, especialista em coluna e diretor do NOT (Núcleo de Ortopedia e Traumatologia de Belo Horizonte), explica que o alongamento é essencial tanto para quem realiza treinamentos de força (como a musculação), quanto para quem pratica os cardiorrespiratórios (corrida, natação, bike…).
“Pois ajuda a aumentar a flexibilidade dos músculos e tendões, melhora a amplitude dos movimentos e pode auxiliar na prevenção de lesões”, diz o médico. Depois de um treino puxado, a prática relaxa a musculatura, ajudando na recuperação muscular e até na redução de dores pós-exercício.
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Alongar antes ou depois do treino?
Especialistas afirmam que é melhor alongar depois do treino. “Há evidências que sugerem que o alongamento estático, quando realizado imediatamente antes do exercício, pode diminuir temporariamente a força muscular e a performance explosiva. Além de potencialmente aumentar o risco de lesões”, afirma o ortopedista.
De acordo com ele, isso ocorre porque o alongamento estático (aquele que fazemos parados, sem movimento) leva a uma redução da tensão muscular e da capacidade de os músculos gerarem força rápida e potente.
Além disso, o especialista conta que depois do exercício, nosso corpo está mais “aquecido”, o que torna o alongamento mais eficaz e seguro. “Alongar após o treino pode ajudar a relaxar os músculos tensos e promover a recuperação muscular, além de facilitar a redução da tensão muscular acumulada durante o exercício.”
Mas se não alongar, o que fazer antes do treino?
O Dr Daniel Oliveira recomenda os chamados alongamentos dinâmicos juntamente com um bom aquecimento ou exercícios de mobilidade. Essa combinação prepara os músculos e as articulações para o esforço que virá a seguir, além de ajudar no aumento da amplitude sem reduzir a performance:
- Alongamento dinâmico: envolve movimentos leves e controlados que imitam o exercício ou a atividade a ser realizada, como balanços de pernas, rotações de braços e joelhos altos – que ajudam a aumentar a circulação sanguínea e a mobilidade articular;
- Aquecimento: pode incluir atividades como caminhada rápida, trote leve ou polichinelos. Eles aumentam a temperatura corporal e a frequência cardíaca, preparando o corpo para exercícios mais intensos.
“A chave é entender o corpo e ajustar as práticas de alongamento e aquecimento conforme as necessidades individuais e o tipo de atividade física que será realizada”, finaliza.
Fonte: Daniel Oliveira, médico ortopedista especialista em coluna e diretor do NOT – Núcleo de Ortopedia e Traumatologia de Belo Horizonte.