Verão chuvoso acende alerta para dengue: Entenda quais são os cuidados recomendados
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As chuvas intensas que acometem várias regiões do Brasil desde novembro de 2022, combinadas com as altas temperaturas típicas do verão, indicam um alerta para uma doença bem conhecida: a dengue. Isso porque esses dois fatores juntos criam um ambiente altamente favorável para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal vetor da doença.
“O mosquito se prolifera em espaços úmidos e quentes. As regiões com temperaturas mais elevadas são muito propícias para o aedes e as chuvas que temos visto nos últimos meses agravam ainda mais esse cenário. Por isso, é preciso estar atento”, alerta o médico Alexandre Cunha, infectologista do Grupo Sabin e vice-presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal. Continue lendo e entenda!
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Verão chuvoso acende alerta para dengue
De acordo com o especialista, o registro de casos de doenças transmitidas pelo mosquito aumentam consideravelmente nesta época do ano por causa das mudanças climáticas. Há, ainda, uma tendência de crescimento com a chegada de dias mais chuvosos.
“Temos percebido um aumento no número de exames para dengue, zika e chikungunya e um aumento na positividade desses exames, o que nos faz redobrar a atenção e reforçar movimentos de orientação para conscientização individual e coletiva a fim de evitar a proliferação do mosquito”, ressalta Alexandre.
O Boletim Epidemiológico nº 47 do Ministério da Saúde, divulgado na ultima semana de dezembro de 2022, traz o número de 1.414.797 casos prováveis de dengue registrados no ano no Brasil, uma taxa de incidência de 663,2 casos por 100 mil habitantes. Um aumento de 163,8% no número de casos, quando comparado com o ano de 2021.
A região Centro-Oeste apresentou a maior taxa de incidência de dengue, com 2.028,4 casos por 100 mil habitantes, sendo Brasília a cidade com maior incidência, no entanto todas as regiões do país apresentaram aumento na incidência de dengue este ano.
O maior número de óbitos está em São Paulo: das 987 mortes por dengue no Brasil, 278 são do estado. Goiás vem logo em seguida, com 154 óbitos.
Outras doenças provocadas pelo mosquito aedes
Além da dengue, o mosquito aedes transmite zika e chikungunya. Os sintomas das três doenças, além de semelhantes, podem se assemelhar aos sintomas de COVID-19, o que pode confundir e acarretar em tratamento errado com automedicação, demora no diagnóstico e consequentemente atraso no início do tratamento adequado. Os sintomas incluem:
- Febre de início abrupta;
- Dor de cabeça;
- Dores no corpo e articulações;
- Prostração;
- Fraqueza;
- Dor atrás dos olhos;
- Náuseas e vômitos;
- Além de dores abdominais.
Quando procurar um médico
Primeiramente, agir rápido para evitar problemas de saúde maiores é a recomendação dos especialistas. Por isso, ao sentir qualquer um dos sintomas, é indicado buscar atendimento médico. Além disso, o Dr. Alexandre ressalta a importância de um diagnóstico correto para o sucesso do tratamento. “Um laudo preciso fornece segurança para a melhor jornada de cuidado do paciente e contribui para que o médico conduza o tratamento de forma resolutiva, com assistência e manejo clínico adequados”, conclui.
“Buscar um médico o mais rápido possível sempre que se observar esses sintomas é fundamental para garantir um diagnóstico preciso e o tratamento adequado. É possível por meio de exames laboratoriais determinar qual é a doença para assim realizar com assertividade o tratamento”, orienta o especialista.
Dessa forma, como medida preventiva, combater o mosquito é um dever de todos e começa dentro de casa, com cuidados simples na rotina, evitando criar ambientes propícios ao desenvolvimento do mosquito como água parada em telhados, calhas, garrafas e pneus. Além disso, reservatórios de água também são um ponto de atenção e devem ser tampados, para que o mosquito não coloque seus ovos ali.
Alerta para dengue: importância da vacinação
Por último e não menos importante, a vacina contra a dengue é também uma estratégia para proteção, que reduz significativamente os agravamentos da doença, incluindo o óbito. A vacina está licenciada para crianças a partir de 9 anos de idade, adolescentes e adultos até 45 anos. Além disso, o imunizante é recomendado para indivíduos previamente infectados por um dos vírus da dengue (soropositivos com ou sem história da doença). Assim, o esquema vacinal inclui três doses, com intervalos de seis meses entre cada uma.
Fonte: Alexandre Cunha, médico infectologista do Grupo Sabin e vice-presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal.