Água sanitária ajuda no combate à dengue? Qual a quantidade ideal?
O Brasil já registrou mais de 2 milhões de casos de dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Por essa razão, diversas capitais decretaram estado de emergência, como a cidade de São Paulo. Com a crescente de casos, surgem novas soluções para diminuir a proliferação do mosquito, como o uso de água sanitária. Entenda.
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Pesquisa revela benefícios da água sanitária no combate à dengue
Uma pesquisa encomendada pela Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor) testou a efetividade do cloro no combate às larvas do mosquito. Essa não é a primeira vez que cientistas fazem esse tipo de teste, mas é preciso refazer o teste para entender se as larvas criaram resistência. Além disso, para estabelecer a concentração ideal para eliminá-las.
“Já estávamos trabalhando no nosso laboratório com a criação do mosquito. A gente testou diversas concentrações do produto em água e fizemos diversos tratamentos. Cada tratamento a gente repetiu quatro repetições com dez larvas”, afirmou o professor Valter Arthur, do Laboratório de Radiobiologia e Ambiente do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena-USP), responsável pela pesquisa.
Como resultado do teste, a equipe descobriu que aplicar uma concentração de 10 miligramas de cloro, ou uma colher de sobremesa, por litro de água parada é capaz de prevenir a proliferação das larvas.
Outras soluções
O hipoclorito de sódio é vantajoso, pois é um produto barato e de fácil acesso pela população. No entanto, deve ser reaplicado na água contaminante a cada cinco dias. Isso porque, após o período, o princípio ativo do cloro perde a força. O professor conta que esse método também traz alguns problemas: “O produto químico, além de poluir o ambiente, nunca mata 100% dos insetos. Assim, os que sobram criam resistência, então é preciso aumentar a concentração do produto ou mudar o produto”, explica o professor.
Outros métodos de combate ao mosquito são desenvolvidos no Cena-USP, entre os quais métodos biológicos, como soltar no ambiente mosquitos estéreis, criados em laboratório, para competir com os selvagens e diminuir a população. Outro método é criar e liberar “mosquitos do bem”, incapazes de transmitir o vírus da dengue.
“Esses métodos [biológicos] não agridem, muito pelo contrário, ajudam o meio ambiente. Mas é preciso ter verba e financiamento de pesquisa. Esses métodos são feitos esporadicamente, aqui e ali, mas deveriam ser feitos de modo geral, em todo Estado do País”, completa o professor Valter Arthur, do Cena-USP.
Fonte: Jornal da USP.