Acordar cedo no frio pode ser um verdadeiro desafio. Principalmente para quem vive nas regiões do Brasil onde as temperaturas são baixas e o sol demora a aparecer.
Nesses locais longe dos trópicos, muitas pessoas têm de acordar quando ainda está escuro. Isso complica a missão de começar o dia bem disposto, seja para trabalhar, estudar ou cuidar das tarefas domésticas.
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A pouca luminosidade é a principal responsável pela vontade de dormir mais no inverno. A sincronização do “relógio interno” do organismo, que regula as diversas funções do corpo ao longo das 24 horas, está associada à variação da luz.
“A principal dica para o cérebro entender quando é dia e quando é noite, é a exposição a luz. À noite, próximo a hora de dormir, reduzir a exposição a luz branca ou azul ajuda o relógio biológico interno a entender que a noite está começando”, explica Luciana Palombini, médica do Instituto do Sono.
Conforme a luz natural diminui, o corpo começa a produzir melatonina, conhecida como o “hormônio da escuridão”. A substância atinge seu pico de produção algumas horas após o anoitecer, favorecendo o adormecimento.
A variação da luminosidade também afeta nosso comportamento. “Neste período do ano pode ocorrer a depressão de inverno, por causa da baixa incidência da luz solar”, esclarece a médica.
Também chamado de transtorno afetivo sazonal, este tipo de depressão pode provocar tristeza, irritabilidade e ansiedade no final do outono e ao longo do inverno.
Além da menor luminosidade, o inverno promove a queda dos termômetros, o que pode melhorar a qualidade do sono. Uma rápida explicação do porquê isso acontece: a temperatura corporal cai até 1,5 ºC enquanto dormimos. “Por causa disso, o sono pode ser melhor no inverno, desde que a pessoa esteja agasalhada e em um ambiente adequado para dormir”, diz Luciana Palombini.
Quem convive com alergias ou doenças respiratórias que atacam à noite têm dificuldades para acordar cedo no frio. Com as crises, o ciclo do sono se desregula. Além disso, a pessoa pode apresentar piora de distúrbios de sono relacionados a respiração – por exemplo, apneia obstrutiva do sono. Trata-se de uma doença que causa episódios recorrentes e intermitentes de colapso das vias aéreas.
Dessa forma, ocorre a interrupção total ou parcial do fluxo de ar. Por isso, os médicos recomendam cuidados preventivos para evitar crises no inverno.
Alguns hábitos parecem banais, mas quando colocados em prática, fazem a diferença no seu despertar. Além disso, podem até melhorar a qualidade do descanso, essencial para um dia produtivo. Confira as dicas da especialista do Instituto do Sono: