Acidentes com fogos de artifício: riscos e como evitar
O mês de dezembro traz consigo o anseio de celebrar as festas de fim de ano com os amigos e a família. Muitas dessas comemorações envolvem fogos de artifício e, por vezes, esses artefatos acabam sendo manuseados sem a orientação e os cuidados adequados, causando acidentes. Assim, ano após ano observa-se um um alto índice de atendimentos por queimaduras em todo o país neste período.
Estima-se que o Brasil registre, todos os anos, cerca de 1 milhão de acidentes com queimaduras. Desses, 100 mil vítimas procuram assistência hospitalar e cerca de 2,5 mil acabam falecendo, direta ou indiretamente, em decorrência das lesões.
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Acidentes com fogos de artifício e o fim de ano
Com a proximidade das festas de Natal e Ano Novo, o alerta sobre os riscos do manuseio de fogos de artifício ganha reforço. O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão, Samuel Ribak, lembra que, além de queimaduras, esses artefatos podem causar lesões com lacerações, cortes e até amputações de membros. “Os fogos são fascinantes para os olhos, mas um perigo extremo para as mãos”, salienta.
Além disso,os riscos que as pessoas correm, segurando ou manuseando esses fogos de artifícios, são grandes. O artefato pode tanto explodir na mão das pessoas ou se estiver na proximidade do corpo atingir a região do rosto, do tórax e do abdômen. Os fogos de artifícios nem sempre têm a qualidade suficiente para garantir uma segurança para as pessoas que estão o manuseando. O ideal é não segurar os fogos de artifício.
O especialista ressalta que as mãos e punhos têm estruturas complexas, de grande importância no corpo. “Essa parte do corpo é formada por muitos ligamentos, ossos e nervos que propiciam sensibilidade e comandam os movimentos dos músculos e tendões. Além disso, possuem importantes artérias que irrigam os membros”, explica. “Diante disso, uma lesão, trauma ou amputação traz graves consequências para a vida das pessoas. Ela terá, por exemplo, que se afastar do trabalho, trazendo um impacto econômico para a família, e/ou ter grande dificuldade em realizar simples tarefas do dia a dia, em função de sequelas permanentes”.
Cuidados
O presidente da SBCM destaca que a recomendação é que os fogos de artifício sejam acionados com o uso de suportes, algum objeto prolongável entre a mão e o artefato, mas nunca segurados diretamente nas mãos.
Atenção deve ser redobrada com as crianças. Isso porque a curiosidade dos pequenos e o fascínio que o colorido dos fogos exerce sobre eles faz com que queiram estar próximos no momento do lançamento dos artefatos. “As crianças devem ficar afastadas do local e os pais ou responsáveis precisam ficar atentos sobre onde estão e de que forma estão se divertindo, para evitar acidentes”, diz Ribak.
O médico pontua, ainda, a importância do cuidado com as biribinhas (bombinhas que estouram quando lançadas ao chão). As faíscas podem atingir substâncias com potencial para incendiar e provocar acidentes. “Outra questão importante é nunca utilizar materiais de fabricação caseira. Deve-se comprar fogos de artifício apenas em lugares especializados. Leia atentamente as instruções do fabricante, use sempre em espaços abertos, com razoável distância de segurança e certifique-se que não existem materiais combustíveis nas proximidades”, orienta. “Além disso, nunca reaproveite o material já usado, mesmo que não tenha causado a explosão esperada”, conclui.
Por fim, cuidado com a data de validade desses produtos e tenha atenção ao acender o artefato. Caso não acione, não tente chegar perto. Qualquer imprevisto, como um acidente, acione o Corpo de Bombeiro (193) para que o desarme. Esses cuidados são primordiais. Além disso, o ideal é montar os fogos em bases de sustentação e que o seu disparo seja distante de qualquer pessoa.
Fonte: Samuel Ribak, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão.