Acalásia: o que é, sintomas, causas e tratamento
Sabe aquela dificuldade estranha de engolir sólidos e líquidos? Esse sintoma pode evidenciar o diagnóstico da acalásia. Dor no peito, tosse noturna, infecções de vias aéreas também podem surgir com a doença.
Acalasia nada mais é que uma doença do esôfago. Assim, é a ausência dos movimentos peristálticos do esôfago, ou seja, dos movimentos que o esôfago faz para empurrar o alimento até o estômago, causando muita dificuldade para engolir o alimento, tanto líquido como sólido.
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De acordo com a Cirurgiã do Aparelho Digestivo, Vanessa Prado, a doença é diagnosticada com mais frequência em pacientes com idades entre 20 e 40 anos.
Sintomas da acalasia
Vanessa Prado enumera os principais sintomas da acalasia. Portanto, veja quais são eles:
- Dificuldade para engolir alimentos;
- Dor no peito;
- Refluxo e regurgitação;
- Tosse, especialmente no período noturno em razão do retorno do alimento do estômago para o esôfago.
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Causas
A cirurgiã, Vanessa Prado, explica com mais detalhes quais são os motivos pelos quais ocorre a doença.
“É um problema relacionada a inervacao do esofago, provocando alteracao na contracao da musculatura esofágica que não consegue empurrar o alimento pro estômago. Isso pode ter causas virais, auto-imunes, sendo uma das causas a doença de chagas”.
Como é feito o diagnóstico da acalasia?
De acordo com o Instituto de Apoio ao Paciente com Acalasia, o quadro clínico é sugestivo. Geralmente, é utilizado o escore de eckardt para verificar o grau de sintomas da acalasia.
Existem vários tipos de exames que podem ajudar a identificar a acalasia. Confira abaixo quais são os mais comuns:
Manometria
Trata-se da melhor alternativa para diagnosticar a doença. Isso porque, ele mostra diversas informações importantes.
- Aperistalse esofágica;
- Aumento da pressão de basal;
- Relaxamento incompleto ou ausente do Esfíncter Inferior do Esôfago (EIE).
Em grande parte dos casos, a manometria é a primeira opção, pois ela traz dados interessantes. Além disso, é possível diferenciar as variantes da acalásia e os seus estágios.
Endoscopia Digestiva Alta
Mais comum nas fases iniciais. No entanto, quando a doença está nos estágios mais avançados, pode apresentar alguns cenários.
- Estase esofágica;
- Aumento do calibre;
- Tortuosidade do esôfago;
- Mais resistência à passagem do aparelho por meio da cárdia.
Sendo assim, é essencial para eliminar outras doenças que podem surgir com sintomas parecidos. Ademais, também é utilizado para executar biópsias de regiões suspeitas.
Os pacientes com acalasia têm mais probabilidade de ter câncer de esôfago. Por isso, a endoscopia deve ser feita em pessoas durante a investigação de disfagia.
Raio-X contrastado de esôfago
Por fim, e não menos importante, temos o raio-X contrastado de esôfago. Ele pode descobrir a dilatação do esôfago com o sinal do bico de pássaro no esofágico identificado. A Classificação de Rezende é utilizada para fazer a classificação dos graus da doença.
- I: esôfago hipotônico e presença de bolha gástrica (asterisco);
- II: esôfago dilatado moderadamente e apresentando ondas terciárias frequentes (cabeças de setas);
- III: esôfago dilatado moderadamente e apresentando ondas terciárias frequentes (cabeças de setas);
- IV: dolicomegaesôfago acinético e com aspecto de “bico de pássaro” da cárdia (seta)
Tratamento
O principal objetivo do tratamento da doença é alargar o esôfago para facilitar a passagem dos alimentos para o estômago, sem complicações. Dessa forma, o instituto da acalasia aponta três tipos de tratamento: endoscópico, cirurgia e cirúrgico.
- Endoscópio: a doença pode ser tratada por meio da dilatação esofágica e injeção de toxina botulínica. No entanto, é fundamental deixar claro que essas alternativas são temporárias e os retornos são limitados;
- Cirurgia endoscópica: Miotomia Endoscópica PER-OROAL- POEM: é indicada como uma das melhores alternativas para o tratamento da doença. Dessa forma, ela é recomendada para os pacientes com megaesôfago Graus I, II e III. É um dos valores mais econômicos do mercado e traz ótimos resultados para os pacientes;
- Tratamento cirúrgico: recomendado para pacientes com acalasia até grau III. Assim, pode ser aplicado com a cirurgia de Heller, onde é executada uma miotomia (corte do músculo do esfíncter inferior do esôfago) por meio da laparoscópica. Por outro lado, o POEM é uma opção menos invasiva e com bons resultados.
Tumores podem causar acalasia?
O Instituto de Apoio ao Paciente com Acalasia explica que alguns tumores são responsáveis por causar um distúrbio parecido com a doença. Desse modo, isso pode ocorrer em razão do estreitamento (constrição) direto do esfíncter esofágico inferior ou da infiltração nos nervos esofágicos.
O que comer quando se tem acalasia?
No cardápio, deve-se incluir alimentos mais pastosos e em pequeno intervalo de tempo, conforme destaca a Cirurgiã do Aparelho Digestivo, Vanessa Prado.
Mas é fundamental deixar claro o quanto é importante procurar ajuda médica com um nutricionista para que o profissional indique quais são os melhores alimentos para o seu cardápio.
Quais são as possíveis complicações da doença?
A doença mais comum é a idiopática. Entretanto, é possível ser diagnosticado com doenças secundárias, como a de chagas ou complicações do diabetes, segundo o Instituto de Apoio ao Paciente com Acalasia.
Fonte: Dra. Vanessa Prado (Cirurgiã do Aparelho Digestivo), Médica do Centro de Especialidades do Aparelho Digestivo do Hospital Nove de Julho, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Aparelho Digestivo (SBCD) e da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBC).