Absorção de vitamina D é menos eficaz em pessoas com obesidade

Saúde
19 de Janeiro, 2023
Absorção de vitamina D é menos eficaz em pessoas com obesidade

A vitamina D é importantíssima para o desenvolvimento saudável dos ossos e o sistema imunológico. Diferentemente das outras vitaminas, a do tipo D é obtida por meio da exposição ao sol e, em alguns casos, pelo uso de suplementos. As fontes alimentares respondem por apenas 10 a 20% da quantidade ideal para o organismo. No entanto, cada vez mais pessoas possuem deficiência do nutriente, sobretudo pessoas com obesidade. O motivo é que a absorção de vitamina D pode ser menos eficaz em indivíduos com essa comorbidade.

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Por que a absorção de vitamina D é menor em pessoas com obesidade?

O estudo que chegou a essa conclusão é da Harvard Medical School, publicado nesta terça-feira (17) no JAMA Network Open. Os cientistas analisaram informações de 26 mil pessoas americanas saudáveis acima de 50 anos, que participaram de outra pesquisa sobre o tema, The VITamin D and OmegA-3 TriaL (VITAL).

A avaliação consistiu na verificação de oito anos de dados dos indivíduos, que receberam acompanhamento de 2010 a 2018. Metade da população consumiu cápsulas de 2 mil UI de vitamina D todos os dias, dose que excede a recomendação do sistema de saúde americano. Já a outra metade ingeriu somente placebo.

Como resultado, os pesquisadores notaram um risco menor de 20% da causa de morte por câncer entre o grupo que suplementou o nutriente. Pessoas com índice de massa corporal (IMC) menores tinham ainda mais vantagem nesse sentido, com 30 a 40% menos chance de mortalidade por câncer.

Mas, e quem possui sobrepeso e obesidade? Para descobrir a eficácia e absorção da vitamina D, os cientistas fizeram um comparativo entre quem tem IMC alto e abaixo de 25, considerado saudável. Embora o aumento de vitamina D tenha sido significativo em ambos os grupos, os indivíduos com IMC mais alto contavam com quantidades menores da substância.

Além disso, eles perceberam que as pessoas com obesidade em graus maiores concentravam menos níveis de vitamina D.

Excesso de gordura pode ser a responsável

Os pesquisadores creem que a suplementação de vitamina D é menos efetiva quando existe o excesso de gordura. Ou seja, a condição pode comprometer a capacidade do corpo em produzir e sintetizar a vitamina D — mesmo com o estímulo do suplemento em dosagens maiores.

Uma possível explicação é que as células adiposas conseguem absorver melhor a vitamina D do que outras, mas também “roubam” o nutriente da corrente sanguínea. De acordo com os autores da pesquisa, tal hipótese justificaria a deficiência da vitamina em pessoas com IMC elevado.

Suplementação personalizada pode melhorar a absorção de vitamina D

É o que sugerem os cientistas para corrigir a falha na produção da vitamina. No entanto, são necessários novos estudos para avaliar essa possibilidade, pois os participantes já consumiam altas quantidades diárias no experimento.

Enquanto faltam respostas nesse contexto, o tratamento para controlar a obesidade continua sendo a principal forma de trazer mais qualidade de vida às pessoas.

Sinais de deficiência de vitamina D

Segundo a Harvard School of Public Health, a deficiência de vitamina D pode acontecer pela falta na dieta, má absorção ou necessidade metabólica de quantidades maiores.

O problema, portanto, costuma ocorrer em casos em que a pessoa não está ingerindo vitamina D suficiente e não tem exposição solar suficiente por um longo período.

Além disso, pacientes com intolerância ou que não consomem leite, ovos e peixe correm maior risco de deficiência. Por fim, o artigo indicou ainda outros casos em que existe o alto risco de deficiência de vitamina D:

  • Pessoas com doença inflamatória intestinal (colite ulcerativa, doença de Crohn) ou outras condições que interrompem a digestão normal da gordura, pois a vitamina D é uma vitamina lipossolúvel que depende da capacidade do intestino de absorver a gordura da dieta.
  • Pessoas que realizaram cirurgia de bypass gástrico, pois o procedimento normalmente remove a parte superior do intestino delgado, onde a vitamina D é absorvida.

A deficiência prolongada, que acontece principalmente nos casos citados acima, pode levar a problemas sérios. Por exemplo:

  • Raquitismo: condição em bebês e crianças de ossos moles e deformidades esqueléticas causadas pela falha do tecido ósseo em endurecer.
  • Osteomalácia: condição em adultos de ossos fracos e amolecidos, que pode ser revertida com suplementação. Isso, contudo, é diferente da osteoporose, na qual os ossos são porosos e quebradiços e a condição é irreversível.

 

 

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Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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