Nós usamos apenas 10% do nosso cérebro? Entenda
Provavelmente você já ouviu a frase “Usamos apenas 10% do nosso cérebro”. Mas será que isso realmente é verdade?
Para responder todas essas perguntas, Lívia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica para o Cérebro, preparou um guia definitivo do seu cérebro, acompanhe:
Usar apenas 10% do nosso cérebro: Mito ou verdade?
Segundo a neurocientista, dizer que usamos apenas 10% do nosso cérebro é, sem dúvidas, um dos mitos mais absurdos já criados. Isso porque o cérebro é um órgão ativo que fica ligado o tempo todo enquanto estivermos vivos. A cada instante, várias áreas do cérebro estão interagindo por meio das mudanças eletroquímicas que caracterizam os impulsos nervosos.
“Porém, essas muitas áreas não são ativadas por impulsos ao mesmo tempo. Podemos usar como exemplo uma reunião entre pessoas: para que todos entendam o que está acontecendo e tomem uma decisão, as falas devem ser organizadas uma de cada vez. Imagine se todos começarem a falar juntos, qual será o resultado da reunião? O cérebro funciona em uma constante dança combinada entre áreas em atividade e em repouso”, detalhou Lívia.
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Para ter uma noção de quanto cada milímetro do cérebro é importante, é só observar a quantidade de problemas que uma pessoa pode ter caso haja uma lesão no tecido cerebral, por menor que seja.
Usamos mais que 10% do nosso cérebro
A conexão entre órgão e corpo e entre cérebro e mente é foco de muitas interpretações e pode trazer alguns erros de abordagem. Assim, a questão sobre utilizarmos nosso cérebro o tempo todo ou não é uma dessas dúvidas.
Dessa maneira, o primeiro mito que precisamos quebrar é de que o funcionamento do cérebro está ligado ao nível de consciência. Apesar de ser natural fazer a associação de a diminuição da atividade mental consciente seria seguida de diminuição da atividade cerebral, não é assim que acontece. O fato é que em níveis de consciência diferentes (dormindo por exemplo) temos um outro estado de funcionamento, mas o cérebro continua trabalhando.
“Quanto a usar mais ou menos o cérebro, todo mundo utiliza 100% do seu cérebro o tempo todo. As diferenças estão em o quanto você desenvolve e melhora suas habilidades para que elas sejam mais eficientes”, explicou.
E quem tem QI mais elevado?
Ainda de acordo com Lívia Ciacci, a inteligência tem a ver com o processo cognitivo de receber estímulos, captar informações, processá-las e emitir respostas. Ou seja, a inteligência está mais relacionada com usar recursos disponíveis para resolver problemas do que com decorar respostas certas.
As inteligências utilizam diferentes combinações das capacidades do cérebro para se adaptar ao ambiente, e essas capacidades terão variações entre as pessoas, pois cada um terá desenvolvido níveis diferentes de cada capacidade. É resultado de uma combinação de habilidades.
“Cada habilidade, como fazer cálculos mentais ou ter um pensamento criativo, pode ser treinada e desenvolvida, porque o cérebro tem a propriedade da plasticidade neuronal e vai desenvolver melhor as redes de neurônios que forem mais utilizadas. Se eu tento ser criativa (o), a tendência é que a cada dia seja mais fácil ser criativa”, disse.
Dá pra ficar mais inteligente?
De acordo com a neurocientista Marian Diamond, o cérebro é um órgão que se adapta aos estímulos e, desta forma, o único jeito de usar melhor este órgão é usando-o cada vez mais. “É importante lembrar que tudo o que fazemos com intensidade e frequência tem o poder de melhorar as conexões neurais e tornar o cérebro especialista na tarefa”, alertou a autora.
Por exemplo, você pode estudar mais, se aperfeiçoar em algo no seu trabalho ou aprender um hobby novo: existem diversas possibilidades para manter o seu cérebro ativo e, consequentemente, mais inteligente.
Fontes: Lívia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica para o Cérebro; Marian Diamond, neurocientista.