Volume uterino: o que é, como medir e porque está aumentado
O volume uterino é o quanto o útero ocupa de espaço dentro do abdome, ou seja, literalmente seu tamanho. Ele pode ser observado por meio de exames de imagens, entre eles o ultrassom transvaginal, ultrassom pélvico, além da ressonância magnética.
De acordo com Romulo Negrini, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, o útero pode variar de volume durante toda a vida da mulher, da concepção ao parto, portanto a gravidez não é o único motivo para o aumento do órgão. “Um útero aumentado pode ser sintoma de diversas condições médicas, algumas das quais necessitam de tratamento”, esclarece.
Como medir o volume uterino?
O ginecologista do Hospital Israelita Alberta Einstein explica que o útero não é sentido, geralmente, à palpação do abdome e, caso seja, suspeita-se, portanto, de aumento do volume. “É possível ter uma ideia sobre a normalidade do tamanho uterino pelo toque vaginal, mas essa é uma avaliação imprecisa. Os exames de imagens, como os ultrassons transvaginal, pélvico e a ressonância, são mais assertivos”, esclarece Negrini.
Segundo o ginecologista, calcula-se o volume do útero com base em três medidas: o comprimento, a largura e a espessura do órgão. Para mulheres adultas e sem filhos, o valor de referência do volume uterino considerado dentro da normalidade é de 50 a 90 cm3 (ou mL), que pode ser acrescido de 10 mL, aproximadamente, a cada filho. “Úteros que já acolheram gravidez tendem a ser maiores, pois eles aumentam a cada gestação”, explica.
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Por que ele costuma aumentar?
De acordo com um estudo publicado na Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, da Federação das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o volume do útero se modifica assim como sua configuração, sob a influência hormonal da puberdade. Na fase da menacme (idade fértil) da mulher, pode alcançar seus diâmetros máximos, atrofiando com a menopausa. Durante a gravidez, o útero é capaz de crescer significativamente e modificar-se para proteger, sustentar e, finalmente, expulsar o feto em desenvolvimento.
“Da infância à idade adulta, o útero cresce, como todo o corpo. Algumas doenças também podem elevar o tamanho do útero como miomas, adenomiose (quando células da camada de dentro do útero ocupam também sua parede), e mais raramente doenças malignas como os cânceres uterinos”, alerta o médico.
Sem dúvida, o volume uterino merece atenção, pois geram sintomas compressivos e sangramentos de difícil controle, sendo necessária, em alguns casos, intervenção cirúrgica de emergência.
Fonte: Romulo Negrini, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein e Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).