Viajar de avião após operar de varizes é recomendado? Entenda
Frequentemente, pessoas que fazem procedimentos cirúrgicos para tratar as varizes têm dúvidas se podem ou não viajar de avião pouco tempo depois da cirurgia. Isso porque, como é de conhecimento geral, esse tipo de viagem pode trazer complicações àqueles que sofrem de varizes, especialmente se o trajeto for longo. Continue lendo e entenda se viajar de avião após operar de varizes é recomendado.
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Afinal, posso operar varizes e logo em seguida viajar de avião?
É necessário ter cautela com viagens após a operação de varizes, que já podem indicar problemas vasculares. O pior risco que os viajantes pós operados correm é da trombose, também conhecida como síndrome da classe econômica.
“Essa é uma doença rara, porém muito subestimada, considerando que a trombose pode acontecer até horas após o voo, quando a pessoa já está no seu destino”, explica a cirurgiã vascular e angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
“A viagem de avião aumenta esse risco porque permanecer muito tempo parado sem movimentar a panturrilha diminui a velocidade do sangue dentro dos vasos. Além disso, temos a pressurização da cabine e ar condicionado em geral, que causam uma desidratação com consequente aumento da viscosidade sanguínea (deixando o sangue mais grosso); também bebemos, em geral, pouco líquido para evitar visitas ao banheiro do avião, piorando a desidratação; algumas pessoas gostam de tomar um tranquilizante para dormir durante o voo (o que aumenta mais o imobilismo); e o uso de bebidas alcóolicas piora o quadro”, explica a médica.
Segundo o score de Caprini, indicador que determina o risco inerente de trombose, uma cirurgia recente, em menos de 30 dias, é um fator de risco para trombose. Sendo assim, o ideal é que se aguarde um período de 30 dias após qualquer procedimento cirúrgico para fazer voos de longa distância, com duração maior do que 3 horas.
Dicas para diminuir os riscos da viagem
Caso a viagem seja de extrema importância, existem medidas que podem minimizar os riscos. A questão deve ser conversada com o médico que acompanhou o quadro, mas, de modo geral, explica a cirurgiã vascular, o passageiro que operou das varizes não deve manter as pernas na mesma posição durante todo o trajeto. Confira abaixo algumas dicas que podem diminuir os riscos da viagem:
- Procure caminhar pelo corredor sempre que possível;
- Use meias de compressão orientadas pelo médico;
- Movimente os joelhos, panturrilhas, tornozelos e dedos dos pés;
- Beba bastante líquido;
- Evite roupas apertadas e jamais passe todo o tempo sentado ou de pernas cruzadas;
- Outras medidas indicadas pelo médico, como o uso de anticoagulantes.
Por fim, a médica ressalta que, por ser crônica e hereditária, a doença não possui cura definitiva e os tratamentos visam apenas o controle do problema, melhorando a qualidade da circulação e a aparência estética das pernas.
“Os tratamentos atuam direto sobre a veia doente e são definitivos para aquela veia, já que esta é normalmente retirada ou destruída, então dificilmente voltará a ter fluxo de sangue. No entanto, pode acontecer de novas varizes surgirem ao longo dos anos em outros locais ou então até na mesma posição. Por isso, a adoção dos cuidados de prevenção é tão importante: evite o sobrepeso, se alimente de maneira saudável, não use sapatos desconfortáveis com frequência, não fume e fuja do sedentarismo”, finaliza.
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Fonte: Dra. Aline Lamaita, cirurgiã vascular, angiologista e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.