Vasectomia: o que é, como funciona e outras dúvidas comuns
A vasectomia é um procedimento cirúrgico recomendado para homens que não desejam ter filhos. Dessa maneira, é uma escolha adotada pelo casal como um método contraceptivo definitivo. Mas, em alguns casos, a vasectomia pode ser reversível.
Geralmente, é uma boa opção para evitar ter filhos quando a mulher apresenta problemas com o dispositivo intrauterino (DIU) ou não pode usar anticoncepcional por alguma razão.
Como funciona a vasectomia?
O Dr. Paulo Egydio, médico especialista em urologia e andrologista, explica que a cirurgia da vasectomia é realizada com sedativo e anestesia local. “Durante o procedimento é feito uma ligadura nos dois canais deferentes, ou seja, no testículo esquerdo e no testículo direito. Em seguida, é realizada a ligadura bilateral, assim como a interrupção e o corte da passagem do espermatozoide”, esclarece o profissional.
De acordo com o urologista, a cirurgia da vasectomia é simples e pode ser realizada em hospital. “É possível fazer o procedimento de manhã e o paciente já ter alta no mesmo dia”, afirma.
Vale ressaltar que, após o procedimento da vasectomia, os médicos recomendam não ter ejaculação na primeira semana e manter os cuidados contraceptivos tradicionais para evitar a gravidez. “É importante aguardar até realizar o exame de espermograma que apresente ausência de espermatozóides. Normalmente, ele é realizado após 25 ejaculações ou pelo menos três meses após a cirurgia da vasectomia. Depois de confirmar a ausência de espermatozóides através do exame, o casal já pode ter relações sem métodos contraceptivos”, orienta o urologista.
Vasectomia é reversível?
A vasectomia pode ser reversível, principalmente se ocorrer nos primeiros dez anos após o procedimento. Assim, quanto mais tempo passar para tomar essa decisão, menor o índice de sucesso em readquirir fertilidade.
“São vários os motivos para o casal desejar reverter a vasectomia. Mas, em geral, acontece quando o casal acaba perdendo um filho e a mulher ainda está em idade reprodutiva ou quando o casal separa e o homem casa com uma mulher que deseja ter filhos. Essas são as principais causas de uma reversão de vasectomia, lembrando que este método de contracepção deve ser feito após um consenso familiar e também deve ser adotado como um procedimento definitivo, considerando que a reversão é uma exceção”, aconselha o Dr. Paulo Egydio.
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Como fica a ereção após a vasectomia?
Após a vasectomia, o homem ejacula praticamente como antes. Porém, o volume acumulado é reduzido em torno de 5%. “O maior volume da ejaculação vem das vesículas seminais e da próstata e somente 5% vem dos testículos, portanto essa redução não é perceptível”, explica.
Outra dúvida comum que invade os consultórios sobre o método da vasectomia é em relação à ereção. “Alguns homens temem terem problemas com a ereção e o prazer após a vasectomia, mas o procedimento não muda esse fator, já que a ereção é desencadeada pela estimulação sexual e pelo cérebro”, afirma.
Quais são os riscos?
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) afirma que podem ocorrer algumas complicações após a vasectomia, embora raras. As principais são: hematoma (sangramento interno), aparecimento de manchas escuras no escroto e no pênis (equimoses), dor ou infecção. Se ocorrer qualquer destas situações ou outras não descritas, vale entrar em contato com o médico.
Apesar da vasectomia ser um método de esterilização permanente, existe uma pequena possibilidade de ocorrer recanalização espontânea, ou seja, a passagem dos espermatozoides de um coto do ducto para o outro, portanto o indivíduo pode permanecer fértil novamente e ocasionar uma gravidez, embora este seja um fenômeno raro.
Fonte: Dr. Paulo Egydio, médico urologista e andrologista – Phd pela USP -, especialista em Peyronie (curvatura peniana).
Referência: Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)