Varíola dos macacos pelo mundo: OMS descarta emergência de saúde
O avanço da varíola dos macacos pelo mundo tem preocupado inúmeras autoridades de saúde. Apesar da disseminação do vírus em novos países, a OMS ainda não considera o surto como emergência de saúde. Esse estado é o nível mais alto de alerta que o órgão pode sinalizar em proporções globais. No entanto, isso não quer dizer que a situação da varíola dos macacos pelo mundo não seja delicada. “O comitê de emergência compartilhou suas sérias preocupações sobre a escala e a velocidade do atual surto”, comentou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor geral da OMS durante coletiva on-line neste último sábado (25).
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Números atualizados
Até o momento, a doença soma 3.200 infectados confirmados e um óbito em 50 países diferentes, sobretudo na Europa. No Brasil, são 17 casos, cuja maioria é de São Paulo — 11 no estado paulista, quatro no RJ e dois no RS. Todos estão em monitoramento pelo Ministério da Saúde e secretarias de saúde locais. Desse total, 5 pessoas não possuem histórico de viagem para países onde o vírus acumula casos. A princípio, nenhum paciente faleceu no país nem apresenta sintomas sem risco à vida.
O que é a varíola dos macacos e quais são os sintomas?
Segundo o Instituto Butantan, a doença é uma zoonose silvestre. Logo, o vírus infecta animais selvagens primeiro, e em seguida pode contaminar um ser humano. Há duas variações: o da África Ocidental e o da África Central (Bacia do Congo). Embora o nome remeta a uma doença transmitida por macacos, esse tipo de varíola também tem como intermediários roedores e marsupiais. O termo associado aos macacos se deve à descoberta do vírus nos primatas, em 1958.
O período de incubação do vírus dura entre 5 e 21 dias, mas normalmente a manifestação começa no 13º dia. Logo após esse período, o indivíduo pode sentir febre, falta de ar, dores musculares, fadiga e inchaço nos gânglios. Mas a principal característica da doença são lesões na pele que se manifestam em forma de erupções parecidas com as da catapora e sífilis. Em geral, os sintomas desaparecem espontaneamente entre 7 e 14 dias e sem complicações. Além disso, há pessoas que sequer apresentam os desconfortos ou os têm de forma branda, o que pode dificultar o controle da disseminação.