Vacina em adesivo para Covid-19, entenda

Saúde
29 de Julho, 2022
Vacina em adesivo para Covid-19, entenda

Uma vacina contra a Covid-19 sem agulhas e mais eficiente que a injetável é a proposta do laboratório Vaxxas, na Austrália. Desenvolvida em parceria com a Universidade de Queensland, a primeira vacina em adesivo do mundo é eficaz contra o Sars-CoV-2, o vírus causador do coronavírus. A revista científica Journal of Human Vaccines and Immunotherapeutics divulgou os primeiros resultados do estudo no início desse ano, que ganharam o mundo. Vamos entender mais sobre a nova vacina, que promete revolucionar a forma como nos imunizamos.

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Como funciona a vacina em adesivo

Em poucos segundos, o adesivo fornece um pequeno volume de vacina logo abaixo da superfície da pele, onde ficam localizadas grandes quantidades de células do sistema imunológico. A vacina em adesivo não tem agulhas, logo não é invasiva. E, por isso, poderá ser facilmente administrada por qualquer pessoa. “Os resultados mostram que a vacina é superior em comparação com a tradicional agulha e seringa”, contou David L. Hoey, presidente e CEO da Vaxxas. Outra boa notícia é que a nova vacina não precisa ser refrigerada, o que torna mais fácil ainda o seu manuseio.

De acordo com especialistas, os resultados são promissores, mas ainda novos estudos devem ser realizados com a nova vacina. Além disso, a Universidade do Texas já garantiu a licença da HexaPro, nome da nova vacina e o próximo passo inclui testá-la em humanos ainda este ano.

Desafios

A HexaPro utiliza uma proteína altamente estabilizada que imita a estrutura de uma proteína Spike presente no coronavírus. Com isso, o corpo ao ter contato com o imunizante passa a treinar e produzir anticorpos contra a Covid-19. Além disso, já nos primeiros estudos divulgados, a vacina em adesivo conseguiu neutralizar todas as variantes, incluindo a Ômicron. Contudo, em entrevista, Jason S. McLellan, um dos pesquisadores da Universidade do Texas, disse que um dos desafios agora é que a vacina continue acompanhando as mudanças do vírus, que sofre mutações a todo instante.

Em outro estudo produzido pelo laboratório, a vacina em adesivo poderia reduzir mais de 16 milhões de casos e mais de 200 mil mortes por causa da doença. Além disso, poderia reduzir também o tempo de pandemia e evitar perdas econômicas de mais de U$500 bilhões de dólares só nos Estados Unidos. Os dados são apenas projeções, mas podem revelar o potencial da nova tecnologia.

Referência: Vaxxas, Vaxxas Licenses HexaPro Spike Glycoprotein from University of Texas at Austin for Use on its Needle-Free Vaccine Patches, Estimating the Economic and Public Health Impact of Microarray Patch (MAP)-Administered Vaccines in Pandemics

Sobre o autor

Beatriz Libonati
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em diabetes e obesidade.

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