Vacina da gripe do SUS x rede privada: afinal, existe diferença?

Saúde
23 de Maio, 2023
Vacina da gripe do SUS x rede privada: afinal, existe diferença?

A vacina da gripe começou a ser aplicada recentemente, tanto no SUS quanto na rede privada. Desde abril, é possível se imunizar contra essa doença que têm seu número de casos aumentados com a chegada do tempo frio no Brasil. Por essa razão, é importante tomar a vacina da gripe, evitando assim os sintomas incômodos da doença, bem como a superlotação de postos de saúde. Embora a vacina da gripe esteja sendo oferecida pelo SUS, muita gente tem optado por se imunizar na rede privada. Afinal, existe diferença entre os imunizantes?

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Vacina da gripe do SUS x rede privada

No Brasil, a vacina oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS) é diferente da comercializada em clínicas particulares e em farmácias.

Assim, no SUS, a vacina é trivalente e protege contra três cepas diferentes do vírus influenza, causador da gripe:

  • Duas do tipo A (H1N1 e H3N2)
  • Uma do tipo B (chamada de Victoria);

Por outro lado, na rede privada, a vacina é tetravalente e protege contra quatro cepas do vírus:

  • Duas do tipo A (H1N1 e H3N2)
  • Duas do tipo B (Victoria e Yamagata).

Além disso, a partir deste ano, a rede privada também passou a oferecer um novo imunizante tetravalente contra a gripe, destinado apenas para pessoas acima dos 60 anos.

A vacina do SUS é segura?

Muitas pessoas optam por tomar a vacina da gripe na rede privada pois acreditam que ela é mais segura já que protege contra uma cepa a mais do que a vacina oferecida pelo SUS. No entanto, de acordo com a Dra. Monike Dias, médica da Vitat, a vacina da rede pública é sim muito segura e eficiente.

“A vacina da rede privada resulta em uma resposta de anticorpos mais intensa nos idosos, não só por que tem uma cepa a mais, mas principalmente por que ela contém uma carga maior de antígenos (Efluelda). Entretanto, apesar de ter uma cepa a menos, a vacina do SUS contém as cepas mais comuns em circulação, e há vários anos não há diferença entre a cepa viral mais comum e a proteção da vacina da gripe, no Brasil”, explica.

Em nota técnica, publicada em março deste ano, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda “o uso preferencial, sempre que possível, da vacina quadrivalente, pelo maior espectro de proteção. Na indisponibilidade do produto, a trivalente deve ser utilizada de maneira rotineira, especialmente nos grupos de maior risco para o desenvolvimento de formas graves”.

Dessa forma, todas as pessoas com mais de 6 meses de idade podem tomar a vacina tetravalente da gripe na rede privada. O custo da dose varia em cada localidade. Assim, varia entre R$ 69 ou acima de R$ 100.

Afinal, o que é a influenza?

A gripe causada pelo vírus Influenza é o conjunto de sinais e sintomas típicos de uma infecção nas vias aéreas superiores. Dessa forma, costuma ter duração de cinco a sete dias e normalmente é causada por vírus de transmissão respiratória, por meio da fala, tosse, espirros, secreção nasal, além do contato direto entre as mãos contaminadas e o nariz, a boca ou os olhos.

Sintomas:

  • Febre alta – isto é, acima dos 38º – e súbita;
  • Congestão nasal e coriza;
  • Dor de garganta;
  • Espirros;
  • Dor no corpo, na cabeça e nas articulações;
  • Calafrios;
  • Tosse;
  • Moleza;
  • Por fim, vômito e diarreia, sendo essas manifestações pouco frequentes e mais comuns em crianças.

A importância de tomar a vacina da gripe

A vacina da gripe é necessária em todas as faixas etárias, sobretudo em grupos com maior risco de complicações. Por exemplo, bebês, crianças, idosos, gestantes e pacientes com comorbidade.

“Dessa forma, a vacina deve ser anual, pois como o vírus da gripe sofre muitas mutações, ela é atualizada para cobrir as cepas mais frequentes na epidemia do ano anterior. Então, mesmo que se tenha tomado a vacina algumas vezes, deve-se sempre repeti-la a cada ano. Além disso, a gripe ainda causa muitas complicações, internações e mortes anualmente, prevenir é sempre a melhor escolha”, afirmou a Dra. Ana Helena Figueiredo, infectologista, em entrevista anterior à Vitat.

Desse modo, segundo a Dra. Monike, a vacina da gripe deve ser aplicada e incentivada em todos os grupos etários (nas crianças, a vacina está liberada a partir dos 6 meses de idade), principalmente no outono, que é quando se tem a maior circulação viral. “Em especial, estamos enfrentando um aumento de casos de síndrome respiratória aguda, levando a maior número de casos de gripe, pneumonia e internações.

Algumas razões para se vacinar

  • As vacinas oferecem proteção contra as novas cepas;
  • Protege mulheres grávidas, que deram à luz recentemente e bebês;
  • A vacina contra gripe é segura;
  • Evita casos graves, além de internações e óbitos. De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina reduz de 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.
  • Além disso, protege contra a gripe e suas complicações, como pneumonias, sinusites, bronquites, crises nos asmáticos, e internações hospitalares, principalmente nos extremos de idade (crianças e idosos).

Onde tomar a vacina contra a gripe?

A vacina contra a gripe estará disponível em todas as UBSs (Unidades Básicas de Saúde), com funcionamento de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 19h, e nas AMAs/UBSs (Assistências Médicas Ambulatoriais) Integradas, que atendem das 7h às 19h, inclusive aos sábados e feriados.

A campanha nacional de vacinação contra a gripe termina no próximo dia 31 de maio. Desde o último dia 15 de maio, a imunização foi ampliada, pelo Ministério da Saúde, para toda a população acima de seis meses de idade, independentemente de ter comorbidade, deficiência ou não.

Fonte: Dra. Monike Dias, médica da Vitat.

Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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