Vacina da gonorreia recebe prioridade de análise nos EUA
Parece que a prevenção contra a gonorreia, umas das infecções sexualmente transmissível mais comuns pelo mundo, está prestes a ganhar um aliado. Em fase de testes pela farmacêutica GSK, a vacina da gonorreia se tornou prioridade para a FDA, a “Anvisa dos Estados Unidos”.
O imunizante recebeu o status de Fast Track do órgão americano. Ou seja, reconhecimento que a FDA atribui a medicamentos e vacinas que tratam e previnem doenças graves e de difícil controle e grande incidência, como a gonorreia.
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Como está o estudo para a validação da vacina da gonorreia?
Embora seja uma solução promissora contra a doença, o experimento está na etapa intermediária, que consiste em avaliar a eficácia do imunizante. Como voluntários, a GSK recrutou pessoas entre 18 e 50 anos, com e sem histórico da enfermidade, mas com maior exposição à bactéria Neisseria gonorrhoeae, causadora da gonorreia.
Ao todo, 750 indivíduos estão participando do teste, somando oito países diferentes — Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Espanha, Brasil, Filipinas e África do Sul.
Por enquanto, não há previsão de data de aprovação, tampouco de lançamento da vacina da gonorreia. Além disso, o trâmite se restringe aos Estados Unidos. Para ter circulação no Brasil, precisará passar pelo aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Por que a novidade pode ser um avanço da ciência?
Além do potencial de proteger milhões de pessoas da gonorreia — estima-se que 82 milhões de pessoas pelo mundo tenham a infecção — trata-se da primeira vacina contra a doença.
Atualmente, o tratamento da gonorreia consiste no uso de medicamentos antibióticos. Todavia, a resistência à ação dos fármacos tem aumentado, o que dificulta o combate à infecção sexualmente transmissível.
Como prevenir a gonorreia enquanto não há vacina?
O sexo com preservativo é a única maneira de evitar a gonorreia. Além disso, a camisinha protege contra outras doenças graves, como a AIDS e a sífilis, por exemplo. Quanto aos sintomas da gonorreia, são diferentes entre homens em mulheres.
Entre o público feminino, a condição geralmente é assintomática na maioria das vezes. Porém, a falta de diagnóstico e tratamento pode levar a complicações. Infertilidade, malformações no bebê, abortos e dor pélvica crônica são as principais consequências. Em alguns casos, a inflamação da área pélvica pode ser fatal, pois pode evoluir para um quadro de sepse.
Já os homens sentem incômodos durante o processo infeccioso, como dor ao urinar, presença de corrimento, sensação de febre local na uretra e dor nos testículos em alguns casos.
Por isso, é importante buscar ajuda médica logo que perceber alterações na saúde íntima para o diagnóstico e tratamento adequados. Vale dizer que o check-up periódico, tanto para homens como para mulheres, precisa fazer parte dos cuidados preventivos, já que os sintomas podem passar despercebidos.