Também chamada glândula pituitária, a hipófise desempenha funções importantes em conjunto com o hipotálamo, como controlar a atividade de outras glândulas do sistema endócrino. No entanto, o pequeno órgão está suscetível a alguns distúrbios e problemas. Um deles é o tumor na hipófise, uma ocorrência rara, mas que precisa ser acompanhada e analisada.
Veja também: Hipotálamo: qual a sua função e importância para a saúde
A princípio, o tumor na hipófise é uma massa de tecido que se instala na glândula, ocasionado pelo crescimento exacerbado de células. Embora a expressão assuste as pessoas, o tumor na hipófise geralmente é benigno e não se prolifera em outras partes do corpo. Na glândula, a manifestação mais comum é o adenoma, que pode ser caracterizado pelo aumento da hipófise, que abriga o corpo estranho em seu interior.
O adenoma na hipófise possui duas variações que afetam a produção de hormônios de forma distinta. São eles:
Embora a hipófise seja uma glândula pequenina, equivalente ao tamanho de um grão de ervilha, o local de desenvolvimento do tumor (região anterior ou posterior), assim como o tipo e tamanho são importantes, pois desencadeiam reações e doenças diferentes no organismo. Principalmente o adenoma funcionante, que atua como produtor hormonal e sobrecarrega o sistema endócrino. Veja:
Pode influenciar na produção desenfreada do hormônio do crescimento (GH), e promover o crescimento exagerado dos órgãos ou ossos. Normalmente, esse tipo de distúrbio se manifesta durante a infância — a criança apresenta sinais muito evidentes de estiramento. Por outro lado, há casos de pessoas que enfrentam a condição na fase adulta. Outros distúrbios:
Causada pelo aumento dos níveis de cortisol e outros hormônios causa mudanças expressivas no corpo, como hipertensão arterial, obesidade, atrofia e fraqueza muscular, hirsutismo (crescimento exagerado de pelos corporais) e menstruação irregular em mulheres.
O excesso de hormônio prolactina no organismo estimula a produção de leite em mulheres que não estão amamentando e nos homens.
A superprodução de hormônios sobrecarrega a glândula tireoide, cujos sintomas são perda de peso sem motivo aparente, queda de cabelo, alterações no humor, palpitações cardíacas e fraqueza.
Além de desencadear prejuízos à saúde em geral, o adenoma do tipo funcionante pode causar alterações na libido e na fertilidade do homem e da mulher, devido aos hormônios sexuais afetados. Como resultado, a produção de óvulos e a qualidade do espermatozoide podem ser comprometidas. Em contrapartida, existe outro tipo de tumor, também do tipo adenoma, que é mais raro.
Ao contrário dos mais comuns que se instalam na parte anterior da hipófise, essa variação habita a região posterior da glândula. Os sintomas são distintos, que levam à maior vontade de urinar, aliado ao excesso de hormônio antidiurético e diabetes. Também podem surgir dores de cabeça, cansaço crônico, cólicas intensas e náuseas, igualmente relacionados a esse tipo de tumor.
Por fim, o tamanho do adenoma, independentemente de sua localização, deve ser um ponto de atenção. O motivo é que seu perímetro atrapalham outras regiões e artérias do cérebro, como a carótida, que irriga o órgão. Se suas vias forem obstruídas pelo tumor, o indivíduo pode sofrer uma paralisia facial.
À primeira vista, o profissional irá analisar as queixas da pessoa, que deverá fazer alguns exames, a começar pelos laboratoriais que identificam as dosagens de hormônios, ressonâncias magnética ou tomografia computadorizada do crânio, caso a suspeita recaia sobre a hipófise.
É feito de acordo com o tipo e tamanho do adenoma. Geralmente o tratamento pode começar com medicamentos para controlar a produção excessiva de hormônios se o adenoma for secretor. Mas a cirurgia só é considerada se não houver resposta satisfatória ao medicamento ou se o tamanho do tumor estiver atrapalhando outras vias do cérebro. Há dois tipos de cirurgia que podem ser realizadas em pessoas de todas as idades:
Alguns desconfortos e enfermidades não necessariamente levam a um único caminho. Afinal, nosso corpo é muito complexo, com uma série de sistemas, glândulas e hormônios que provocam sintomas parecidos. Portanto, antes de se preocupar com qualquer diagnóstico, faça os exames solicitados pelo seu médico.
Todo procedimento apresenta riscos, pois o organismo está sujeito a complicações devido a medicamentos, substâncias e métodos cirúrgicos. Por isso, antes de fazer qualquer cirurgia, é feita uma bateria de exames para checar quaisquer riscos em relação à cirurgia. Porém, é essencial esclarecer todas as dúvidas sobre o procedimento, pós-operatório e possíveis agravantes.
Depende. Por exemplo, se você tiver a doença de Cushing, que possui um conjunto de distúrbios hormonais, pode ser que você tenha que utilizar medicamentos que ajudem a otimizar a regulação hormonal. O mesmo ocorre se o adenoma afetar a fertilidade — dependendo da gravidade, a mulher ou o homem deverão fazer tratamento para recuperar a saúde reprodutora.
Assim que surgem os sintomas, muitas pessoas não sabem muito bem a qual médico recorrer. Para problemas que envolvem hormônios e glândulas, o médico endocrinologista é o especialista mais qualificado. Porém, se os desconfortos estão limitando a vida do indivíduo, o clínico geral pode atender à urgência e direcionar para outro profissional se for preciso. Por outro lado, se o tumor estiver afetando o cérebro, um médico neurologista será essencial para o tratamento em conjunto. Sobretudo se houver intervenção cirúrgica — aí, um médico neurocirurgião deverá ser acionado.