Tratamento para esquizofrenia: como funciona?
O tratamento para esquizofrenia é uma abordagem multidisciplinar, envolvendo medicações, terapias psicossociais e o suporte de uma equipe de saúde. Embora a esquizofrenia seja uma condição crônica, o tratamento adequado pode ajudar a controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e promover a reintegração social da pessoa. De todo modo, a adesão ao tratamento é essencial para evitar recaídas e garantir que a pessoa possa viver de maneira mais independente e produtiva.
Leia mais: O que é esquizofrenia?
Tratamento para esquizofrenia: como funciona?
Medicação: antipsicóticos
Os antipsicóticos são a base do tratamento farmacológico para esquizofrenia. Eles ajudam a controlar os sintomas psicóticos (alucinações e delírios) e a estabilizar o humor, atuando principalmente nos neurotransmissores do cérebro, como a dopamina e a serotonina.
- Antipsicóticos típicos (de primeira geração): Incluem medicamentos como haloperidol e clorpromazina. São eficazes no controle dos sintomas positivos, como alucinações e delírios, mas podem causar efeitos colaterais graves, como movimentos involuntários (discinesia tardia) e rigidez muscular.
- Antipsicóticos atípicos (de segunda geração): São mais recentes e têm menos efeitos colaterais motores. Incluem medicamentos como risperidona, olanzapina e quetiapina. Além de tratar os sintomas psicóticos, eles também podem ajudar com sintomas negativos, como apatia e isolamento.
Considerações sobre o uso de antipsicóticos:
- Ajustes na medicação: É comum que o médico precise ajustar a dosagem ou trocar o medicamento para encontrar o tratamento mais eficaz com menos efeitos colaterais.
- Adesão ao tratamento: Como a esquizofrenia é uma condição crônica, é importante que o paciente continue tomando a medicação mesmo quando os sintomas melhoram, para evitar recaídas.
2. Terapias psicossociais
Essas intervenções complementam a medicação e são fundamentais para ajudar o paciente a lidar com os desafios do dia a dia, desenvolver habilidades sociais e reintegrar-se à comunidade.
Tipos de terapias psicossociais:
- Psicoterapia cognitivo-comportamental (TCC): Ajuda o paciente a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento disfuncionais. A TCC pode ser eficaz na redução da gravidade dos delírios e alucinações, além de melhorar a motivação e o funcionamento social.
- Terapia ocupacional: Foca no desenvolvimento de habilidades práticas para o cotidiano, como cuidar de si mesmo, trabalhar e socializar. Pode incluir programas de reabilitação vocacional, que ajudam os pacientes a voltar ao trabalho ou à escola.
- Terapia familiar: Envolver a família no tratamento é crucial, pois o apoio familiar pode melhorar a adesão ao tratamento e reduzir o estresse no lar. Essa terapia ensina os familiares sobre a esquizofrenia e como lidar melhor com os sintomas.
- Grupos de apoio: Participar de grupos de apoio, onde o paciente pode compartilhar experiências com outras pessoas que têm esquizofrenia, pode ajudar a reduzir o isolamento social e fornecer um senso de pertencimento.
3. Tratamentos de suporte
Além da medicação e da terapia psicossocial, outros tratamentos são frequentemente integrados ao cuidado do paciente.
- Gestão de caso: Um gestor de caso, como um enfermeiro psiquiátrico ou assistente social, pode coordenar os diferentes aspectos do tratamento do paciente, incluindo a medicação, o apoio psicossocial e as necessidades práticas, como moradia e emprego.
- Educação sobre a doença: Ensinar ao paciente e à família sobre a esquizofrenia é uma parte importante do tratamento, ajudando a entender o que esperar da doença, como reconhecer os sinais de uma recaída e como lidar com os sintomas.
- Reabilitação psicossocial: Esse componente é focado em ajudar o paciente a readquirir habilidades necessárias para viver de forma independente, incluindo gerenciamento de dinheiro, habilidades sociais e o cuidado com a saúde física.
4. Tratamentos para esquizofrenia emergenciais e de longo prazo
Algumas situações podem exigir intervenções mais intensivas.
- Hospitalização: Em casos de crises graves, quando o paciente apresenta risco para si mesmo ou para os outros, a hospitalização pode ser necessária. A internação permite um monitoramento rigoroso e ajustes rápidos na medicação.
- Tratamentos de longo prazo: Para alguns pacientes, é necessário o uso contínuo de antipsicóticos para prevenir recaídas. Em outros casos, formas injetáveis de ação prolongada (antipsicóticos de depósito) podem ser administradas a cada poucas semanas, melhorando a adesão ao tratamento.
- Tratamento de comorbidades: Muitos pacientes com esquizofrenia também podem sofrer de outras condições, como depressão, ansiedade ou abuso de substâncias. O tratamento dessas comorbidades é essencial para o bem-estar geral do paciente.
5. Estilo de vida e bem-estar
Embora o tratamento farmacológico seja fundamental, o bem-estar geral também desempenha um papel crucial no manejo da esquizofrenia.
- Atividades físicas: A prática de exercícios físicos regulares pode ajudar a melhorar o humor, reduzir o estresse e combater os efeitos colaterais da medicação, como ganho de peso.
- Alimentação equilibrada: Manter uma dieta saudável é importante, já que os antipsicóticos podem aumentar o risco de ganho de peso e de doenças metabólicas, como diabetes.
- Sono: Garantir um bom padrão de sono ajuda a controlar o humor e a clareza mental.
Fonte: Ministério da Saúde.