Transtorno de Processamento Sensorial: o que é a condição de Bless?
A família de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso sempre chama a atenção e tem vários fãs na internet. Principalmente seus filhos — Titi, Bless e Zyan — que sempre encantam a web. Recentemente, a atriz abriu o coração sobre Bless, que recebeu o diagnóstico de Transtorno de Processamento Sensorial.
A revelação aconteceu durante a gravação de um episódio do podcast Quem Pode, Pod, com participação do jornalista e apresentador Manoel Soares.
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O que é o Transtorno de Processamento Sensorial?
Também conhecido como TPS, o transtorno afeta os sentidos e os torna ainda mais sensíveis. Nas palavras de Giovanna Ewbank, Bless “ouve mais do que todos nós, sente mais cheiros e texturas”.
Isso ocorre porque a criança possui dificuldades para processar as informações que recebe de seus sentidos. Ou seja, elas ficam extremamente incomodadas com certos estímulos sensoriais.
No caso de Bless, Ewbank percebeu que o comportamento do filho começou a ficar diferente durante a pandemia. Segundo ela, o pequeno de 8 anos se distraía com muita facilidade (“ficava aéreo”) e fazia algumas coisas “estranhas”.
Desconfiada de que o filho tivesse TEA (Transtorno do Espectro Autista), a atriz foi atrás de ajuda médica e descobriu a condição.
Em situações normais, o cérebro processa o estímulo — cheiro, textura, luz — e se acostuma com a informação. Contudo, pessoas com TPS apresentam uma falha no processamento, e o cérebro não consegue “superar” esse estímulo, tornando-o irritante para quem o experimenta. Ou, ainda, podem viver o oposto: o cérebro não reage ao estímulo, e precisa se esforçar mais para sentir cheiro, ouvir barulhos etc.
Quais são os sintomas?
De forma geral, indivíduos com o Transtorno de Processamento Sensorial hiperssensíveis podem reagir exageradamente a barulhos altos, luzes muito brilhantes e até a texturas de roupas. Além disso, podem ter mais problemas com habilidades motoras finas.
De acordo com a Child Mind Institute, algumas crianças podem ficar desesperadas com o contato da água com o rosto, caso sejam hiperssensíveis. Já no contexto hipossensível elas podem gostar de sons altos e levam objetos à boca com frequência, por exemplo.
Na situação de Bless, Ewbank relatou que ele reclamava de alguns cheiros, como o de cebola, detesta pisar na grama descalço e se incomoda com o barulho de mosquitos.
Portanto, é importante perceber quaisquer sinais na criança, pois a condição é muito desconfortável de ambas as formas.
O TPS é a mesma coisa que o autismo?
Embora a maioria dos pais suspeite de que o quadro esteja relacionado ao espectro autista, isso não é regra. Há crianças que possuem outros transtornos, como TDAH, TOC e atrasos no desenvolvimento, sem conexão com o autismo.
Ao mesmo tempo, o TPS pode integrar o espectro autista, o que exige avaliação médica para o diagnóstico correto.
Diagnóstico e tratamento
A identificação do Transtorno de Processamento Sensorial requer investigação multidisciplinar, com o envolvimento de pediatras e neuropediatras. Por ser um quadro que não é reconhecido na cartilha da medicina, precisa de profissionais experientes no assunto, pois o diagnóstico é clínico.
Ou seja, não existem exames específicos para detectar o TPS. Portanto, o médico irá se basear nas informações dos pais, professores e responsáveis pela criança. Alguns testes podem ser aplicados para verificar a intolerância ou falta de reação ao estímulo.
Em paralelo, a equipe pode realizar outros testes para considerar ou descartar outros transtornos, como o TDAH e o TEA.
Quanto aos cuidados, a criança precisará de acompanhamento frequente com psicólogos, fonoaudiólogos, neuropediatras, entre outros. A inclusão de especialistas dependerá do grau de TPS.
Por fim, os pais e pessoas do círculo da criança precisam aprender a ouvir e entender as necessidades e incômodos. É importantíssimo não repreender o pequeno por reclamar ou se comportar de maneira diferente. Sobretudo se a criança possuir outras condições: carinho, acolhimento e escuta ativa são essenciais para ela se sentir melhor.
Referências: Child Mind Institute; Autism Research Institute; Star Institute.