Transplante de rim de porco para humanos: como funciona?

Saúde
22 de Março, 2024
Transplante de rim de porco para humanos: como funciona?

O médico brasileiro Leonardo Riella foi o responsável pelo primeiro transplante bem-sucedido do mundo de um rim de porco para um humano vivo. O caso ocorreu nesta quinta-feira (21), no Hospital Geral de Massachusetts (MGH, em inglês).

“Este é um avanço monumental nos transplantes. Estou firmemente convencido de que o xenotransplante representa uma solução promissora para a escassez de órgãos no mundo”, disse Riella, de acordo com comunicado distribuído pelo hospital.

Leia mais: Transplante de rim: órgão doado faz falta? Quem pode doar? Entenda

Transplante de rim de porco para humanos: detalhes sobre o procedimento

Antes de mais nada, o órgão do porco foi modificado geneticamente para ser implantado em Rick Slayman, um americano de 62 anos com doença renal crônica. Slayman já havia passado por um transplante tradicional em 2018, após sete anos de diálises, mas o órgão começou a falhar em 2023.

Dessa forma, os médicos editaram o rim do porco em 69 informações genéticas para diminuir o risco de rejeição. O paciente se recupera bem, mas terá de usar imunossupressores para evitar rejeição como também o fazem transplantados humanos.

“Estava confiante em receber o transplante de um porco já que os médicos me explicaram cuidadosamente os prós e contras. No final, vi isso não apenas como uma forma de me ajudar, mas também como uma forma de dar esperança às milhares de pessoas que precisam de um órgão para sobreviver”, disse Slayman.

A operação, que durou quatro horas, ainda é experimental, mas especialistas acreditam que a técnica é promissora, já que pode aumentar a oferta de órgãos.

Histórico de xenotransplantes no mundo

O campo de xenotransplantes, isto é, o processo de transferir cirurgicamente um tecido de uma espécie para outra distinta, está em constante crescimento. Apesar de esse ter sido o primeiro transplante de rim de porco feito em um humano vivo, não é o primeiro procedimento que transplanta órgãos de animais em corpos humanos.

O primeiro caso foi de um homem de 57 anos de Maryland, nos Estados Unidos, que recebeu o coração suíno em 2022. Ele sofria de uma doença cardíaca terminal e o órgão era “a única opção disponível” na época, de acordo com comunicado divulgado pela Escola de Medicina da Universidade de Maryland. Em 2023, um segundo paciente passou pelo mesmo transplante. O homem de 58 anos vivia com uma doença cardíaca em estágio terminal e havia sido considerado inelegível para um transplante tradicional.

O transplante de rim suíno mais recente foi o primeiro em um receptor vivo, representando um marco histórico. “Toda semana, temos que retirar pacientes da lista de espera porque ficam muito doentes para fazer um transplante durante a diálise. A disponibilidade oportuna de um rim poderia dar a oportunidade a milhares de pessoas de obter um tratamento muito melhor para a insuficiência renal do que a diálise”, afirmou o médico  Leonardo Riella ao G1.

No Brasil, por exemplo, o transplante de rim representa 92% da fila de espera por transplante. Segundo o Ministério da Saúde, até quarta-feira (20) havia 42 mil pessoas esperando algum órgão. Do total, 39 mil aguardam por um rim.

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