Você sabia que existem diferentes tipos de pedras nos rins?
Quem já sofreu com uma crise de cálculo renal provavelmente lembra da dor que ela provoca. O sintoma principal já é bem conhecido, mas o que poucas pessoas sabem é que existem diferentes tipos de pedras nos rins — e eles são classificados de acordo com a composição do cálculo.
Tipos de pedras nos rins
Segundo o médico urologista Flávio Iizuka, pesquisador pela Universidade de São Paulo (USP), os principais tipos de pedras nos rins são formados por:
- Oxalato de cálcio;
- Fosfato de cálcio;
- Pedra estruvita;
- Ácido úrico;
- Cistina.
Os sintomas mudam de acordo com os tipos de pedras nos rins?
Na maioria dos casos, não. Na verdade, quando a pedra está dentro do rim, ela nem costuma gerar sintomas. “Ela só dá sinais quando começa a se deslocar do rim para a bexiga. Assim, durante o trajeto, acaba provocando a tal cólica renal — uma dor característica e muito forte que se inicia nas costas, mas pode migrar para a bexiga ou para o pé da barriga, dependendo do caminho da pedra”, explica o médico.
Em alguns casos específicos, como os provocados por cálculos de ácido úrico ou de cistina, pode ocorrer também sangue na urina. Esses tipos são de difícil diagnóstico, uma vez que não são visíveis no raio-X — contudo, são detectáveis por meio da tomografia.
Por fim, a pedra de estruvita talvez seja a única com sintomas diferentes. Isso porque ela é causada por uma bactéria que transforma a ureia presente na urina em amônio, e pode evoluir para um quadro de cálculo coraliforme. “Desse modo, surge uma pedra grande (pode atingir vários centímetros de diâmetro) e porosa, onde o micro-organismo vive”, diz o especialista.
Apesar do tamanho impressionante, esse tipo de cálculo dificilmente causa dores — a queixa mais comum é a perda de peso. “Geralmente, acontece em pacientes que tiveram infecções urinárias de repetição não tratadas adequadamente”, afirma Flávio Iizuka. Assim, casos avançados levam à perda progressiva da função renal.
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Tratamento
O tratamento começa com uma avaliação feita pelo urologista. Com o objetivo de preservar a saúde do paciente, o médico analisa a possibilidade de a pedra ser eliminada espontaneamente pela urina apenas com a ajuda de medicamentos — tanto para aliviar a cólica renal quanto para auxiliar o corpo no processo de expulsão. Esse método é conhecido como terapia expulsiva.
Contudo, caso a dor dure muito tempo e não melhore com os remédios, haja sinais de lesão no rim ou o paciente esteja com infecção urinária, é indicada a cirurgia. Os procedimentos mais realizados são minimamente invasivos e de rápida recuperação.
Além disso, o especialista pede uma série de exames para descobrir a causa das pedras nos rins. Desse modo, ele pode recomendar o uso de alguns medicamentos ou suplementos, bem como dar algumas orientações nutricionais a fim de evitar que o problema apareça novamente.
Fonte: Flávio Iizuka, médico urologista, pesquisador pela Universidade de São Paulo (USP), Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia (TISBU), Membro Titular da Sociedade de Videocirurgia (SOBRACIL) e Membro Correspondente da American Urological Association (AUA).