O número de casos de dengue no Brasil teve uma alta expressiva no começo deste ano. A doença apresentou um crescimento de 252% em todo país, o que fez dois estados declararem situação de emergência – Minas Gerais e Acre. Com este cenário, a procura por testes no Brasil cresce tanto nas farmácias quanto em laboratórios. Mas, você sabe quais são os teste de dengue disponíveis no Brasil e qual o mais indicado para cada fase da doença?
Há três tipos de exame oferecidos em todo o território nacional para detectar a doença: antígeno NS1, sorologia e RT-PCR. A escolha vai depender do momento da infecção e dos sintomas. Contudo, é importante ressaltar que o diagnóstico da dengue deve ser realizado por profissionais de saúde qualificados e ser interpretado juntamente com os sintomas clínicos do paciente e outros exames complementares, se necessário.
Esses testes detectam a presença de anticorpos produzidos pelo sistema imunológico em resposta à infecção pelo vírus da dengue. Ou seja, os anticorpos IgM geralmente aparecem mais precocemente na infecção (após cerca de 3 a 7 dias do início dos sintomas) e tendem a diminuir ao longo do tempo. Os anticorpos IgG aparecem mais tarde na infecção e tendem a permanecer detectáveis por um período mais longo.
Estes testes identificam a presença de antígenos virais na corrente sanguínea. Eles são mais eficazes durante os primeiros dias da infecção quando os níveis virais são mais altos. Esses testes podem ser particularmente úteis para diagnóstico precoce.
PCR é uma técnica molecular altamente sensível que amplifica e detecta o material genético do vírus da dengue. Ela pode ser utilizada para diagnóstico precoce e é particularmente útil quando outros métodos de diagnóstico não estão disponíveis ou são inconclusivos.
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De acordo com o enfermeiro infectologista Milton Alves Monteiro Junior, coordenador do serviço de controle de infecção hospitalar do HSANP, os sintomas da dengue incluem febre alta, dor de cabeça, dor nos olhos, dores musculares e nas articulações, náuseas e vômitos.
“Em casos mais graves, pode levar a complicações como a dengue hemorrágica, que pode ser fatal. Por isso, é importante que o paciente procure por atendimento médico assim que surgirem os primeiros sintomas da doença, pois, o diagnóstico tardio pode causar complicações”, comenta.
Ele acrescenta que o tratamento da dengue envolve o alívio dos sintomas e controle das complicações que podem surgir durante a doença. “Não existe um tratamento específico para a dengue. Em casos mais leves, é necessário repouso, hidratação e uso de medicamentos que aliviam a dor. Porém, em casos mais graves, é necessária a internação para monitoramento dos sinais do paciente e controle da evolução da doença”. “Evite a automedicação, pois, embora possa amenizar os sintomas, não trata a doença em si e pode agravar o quadro do paciente.
Tão ou mais importante que a atenção aos sintomas, é a atenção à proliferação do mosquito. Para isso, é de extrema importância que a população adote medidas simples, como não deixar água acumulada em recipientes, pneus, garrafas e vasos de plantas, que podem servir de criadouros. Além disso, recomenda-se o uso de repelentes e telas nas janelas para evitar a picada do mosquito.
“O crescimento de casos de dengue é expressivo nos hospitais da rede no Rio e em estados como São Paulo e no Distrito Federal. Isso não ocorria há 15 anos. O risco de crescimento contínuo do número de casos nos próximos meses é real. As pessoas que já tiveram dengue no passado podem apresentar sintomas mais severos”, afirma David Uip, diretor nacional de Infectologia da Rede D’Or.
Ainda de acordo com Uip, é fundamental adotar as medidas sanitárias, evitando recipientes com acúmulo de água parada nos domicílios. Assim, o vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, não encontra ambientes propícios para proliferar.