Menopausa: Entenda como as terapias hormonais e não hormonais podem ajudar
A menopausa representa o fim dos ciclos menstruais e pode produzir sintomas como ondas de calor, transpiração noturna, insônia e mudanças de humor. No entanto, alguns tratamentos disponíveis podem ajudar a lidar com os desafios dessa fase, é o caso das terapias hormonais e não hormonais.
De acordo com a Dra. Kling, especialista em saúde da mulher, “as ondas de calor e a transpiração noturna afetam a qualidade de vida e a produtividade das mulheres no trabalho e em casa.” Continue lendo e saiba como amenizar os efeitos dessa fase.
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Terapias hormonais
A terapia de reposição hormonal é um medicamento com estrogênio, o hormônio sexual feminino, já a sua produção cai geralmente após os 45 anos, causando os sintomas mais conhecidos da menopausa. Já para as mulheres com útero, a terapia hormonal tipicamente inclui o estrogênio aliado a um medicamento com progesterona para evitar o câncer de endométrio.
Géis, comprimidos, spray e adesivos de aplicação na pele são algumas maneiras de repor o hormônio. Dessa forma, o médico pode dosar a aplicação de acordo com o histórico clínico da paciente e após uma criteriosa avaliação.
Assim, de acordo com as diretrizes recentes da North American Menopause Society, para mulheres com menos de 60 anos ou no período de 10 anos após a última menstruação com sintomas pós menopausa, o benefício da terapia hormonal supera o risco, essencialmente em mulheres saudáveis.
“Muitos fatores afetam a decisão de uma mulher de usar hormônios e, se ela os usa, qual regime específico é melhor para aliviar seus sintomas” afirma a Dra. Kling. “Os fatores comuns a serem considerados incluem idade, saúde subjacente, gravidade dos sintomas, preferências, opções disponíveis para tratamento e, é claro, os custos envolvidos. Uma consideração importante é se os benefícios potenciais superam os riscos potenciais.”
Principais benefícios
Estudos demonstram que a terapia hormonal sistêmica (como pílula, adesivo, gel ou spray) ajuda com as ondas de calor, transpiração noturna e sintomas na vulva vaginal, afirma a Dra. Kling. Além disso, há uma forte evidência de que o tratamento a longo prazo com a terapia estrogênica ou terapia estrogênica mais progesterona reduz o risco de fraturas depois da menopausa.
“Juntamente com esses benefícios, ocorre, com frequência, a melhora dos sintomas relacionados à menopausa, inclusive os sintomas mais incômodos, como os distúrbios do sono, problemas de humor e diminuição da satisfação sexual,” afirma a Dra. Kling. “Tratar esses sintomas pode levar a uma melhor qualidade de vida.”
Possíveis riscos
Com a terapia estrogênica sistêmica oral ou com a terapia estrogênica mais progesterona, os riscos incluem a formação de coágulos sanguíneos nas pernas e pulmões e AVC.
“O AVC depende da idade na qual a mulher começa a terapia hormonal. Especificamente, os riscos são baixos para mulheres com menos de 60 anos ou no período de 10 anos após a última menstruação,” afirma a Dra. Kling. “Assim, não parece haver os mesmos riscos associados com os produtos transdérmicos estrogênicos, como adesivos, particularmente quando usamos dosagens mais baixas.”
Assim, o uso somente de estrogênio por mulheres que têm útero representa um risco de desenvolvimento de câncer uterino. Portanto, esse risco pode ser atenuado com a inclusão de progesterona ou um modulador seletivo do receptor de estrogênio, também conhecido como combinação SERM (modulador seletivo de receptor de estrogênio).
Dessa forma, os riscos de câncer de mama também devem ser considerados e aparentam ser ligeiramente superiores, particularmente em mulheres com útero que usam estrogênio mais progesterona.
“Entretanto, de um modo geral, os riscos de eventos sérios com a terapia hormonal são raros,” afirma a Dra. Kling. “Para as mulheres apenas com sintomas vaginais, uma dosagem baixa de estrogênio pode ser usada. Uma baixa dosagem de estrogênio vaginal não apresenta os mesmos riscos que a terapia sistêmica porque o corpo absorve muito pouco.”
Terapias não hormonais
A terapia hormonal geralmente não é uma opção para as mulheres com câncer de mama, outros cânceres mediados por hormônios ou problemas de coágulo sanguíneo. Além disso, outras mulheres podem simplesmente desejar evitar a terapia hormonal, afirma a Dra. Kling. Assim, também existem as terapias não hormonais que variam técnicas para a mente e o corpo até medicação. Com isso, essas terapias podem trazer alívio com pouco ou nenhum efeito colateral.
Dessa forma, as técnicas para a mente e o corpo incluem terapia comportamental cognitiva e hipnose clínica, sendo que ambas as técnicas dependem da orientação de um especialista para que sejam bem-sucedidas, afirma a Dra. Kling. Assim, algumas pacientes encontraram alívio na acupuntura, ioga e meditação.
Além disso, há algumas evidências que indicam que a perda de peso pode reduzir as ondas de calor e a transpiração noturna.
Assim, entre as medicações, a paroxetina em baixa dosagem vem demonstrando ser útil para algumas mulheres com os sintomas de ondas de calor. Desse modo, em baixas dosagens, ela não aparenta causar ganho de peso ou ter efeitos sexuais adversos.
Por fim, em alguns casos, antidepressivos podem ser adequados, e o profissional da saúde juntamente com a paciente analisaram os benefícios e riscos, afirma a Dra. Kling.
“Há muitas maneiras de ajudar as mulheres a lidar com o desconforto e a perda da qualidade de vida associados com a menopausa,” afirma a Dra. Kling. “As mulheres não precisam passar por tudo isso e ter a sensação de que é o fim do mundo. Portanto, elas podem receber ajuda.”
Fonte: Dra. Jewel Kling, diretora da divisão de Saúde da Mulher na Mayo Clinic em Scottsdale, Arizona.