Novo aplicativo de celular pode ajudar a identificar TDAH e Alzheimer
A tecnologia é uma das grandes aliadas quando o assunto é saúde. Nesse ponto, a pandemia de Covid-19 trouxe como resultado diversos avanços na área. Por exemplo, um novo aplicativo de celular que pode rastrear o TDAH e Alzheimer, além de outras doenças e distúrbios neurológicos a partir da análise dos olhos. Os responsáveis pela criação do app são pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos EUA.
Leia mais: Prática de esportes reduz sintomas de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)
Cientistas desenvolvem app para diagnosticar TDAH e Alzheimer
O aplicativo que auxilia no diagnóstico de TDAH e Alzheimer utiliza uma câmera de infravermelho frontal, que é incorporada em smartphones mais recentes para reconhecimento facial, juntamente com a câmera selfie. Assim, é possível rastrear se a pupila de uma pessoa muda de tamanho.
Isso porque, de acordo com pesquisas recentes, o tamanho da pupila pode fornecer informações sobre as funções neurológicas de uma pessoa. Por exemplo, o tamanho da pupila aumenta quando uma pessoa realiza uma tarefa cognitiva difícil ou ouve um som inesperado.
Atualmente, é possível medir a mudança de diâmetro da pupila por meio da resposta da pupila. O exame auxilia no diagnóstico de várias doenças e distúrbios neurológicos. No entanto, atualmente requer equipamentos especializados e caros, tornando inviável a realização fora do laboratório ou clínica. Dessa forma, o aplicativo foi desenvolvido para ser uma solução mais econômica e viável.
As medidas do novo aplicativo foram comparáveis às obtidas por um dispositivo chamado pupilômetro, que é o padrão-ouro para medir o tamanho da pupila. Os pesquisadores também incluíram vários recursos em seu aplicativo para torná-lo mais fácil de usar para adultos mais velhos.
Para isso, os pesquisadores trabalharam com participantes adultos mais velhos. O intuito é projetar uma interface de aplicativo simples que permite aos usuários autoadministrar os testes. Essa interface incluía comandos de voz, instruções baseadas em imagens e uma luneta plástica barata para direcionar o usuário a colocar o olho dentro da visão da câmera do smartphone.
Próximos passos da pesquisa
Segundo Colin Barry, pesquisador da UC San Diego e primeiro autor do estudo, ainda há muito trabalho pela frente para que o aplicativo seja colocado em uso no dia a dia. Ele afirmou que ele está “animado” com o potencial da tecnologia, que poderá ser usada para fazer a triagem neurológica fora de laboratórios.
“Esperamos que isso abra as portas para novas explorações do uso de smartphones para detectar e monitorar possíveis problemas de saúde mais cedo”, disse Barry ao portal de notícias da Universidade da Califórnia.
De acordo com Eric Granholm, professor de psiquiatria da Escola de Medicina da UC San Diego e diretor do Centro de Tecnologia de Saúde Mental da UC San Diego (MHTech Center), o aplicativo poderá ser usado em larga escala em exames comunitários, o que irá facilitar o desenvolvimento de testes de resposta da pupila como exames minimamente invasivos e baratos para auxiliar na detecção e compreensão de doenças como a doença de Alzheimer. “Isso pode ter um enorme impacto na saúde pública”, disse o professor.
Além disso, os pesquisadores também querem que o aplicativo funcione em qualquer smartphone, em vez de apenas nos modelos mais novos. Estudos futuros também envolverão o trabalho com idosos para avaliar o uso doméstico da tecnologia. A equipe trabalhará com indivíduos mais velhos com comprometimento cognitivo leve para testar o aplicativo como uma ferramenta de triagem de risco para a doença de Alzheimer em estágio inicial.