Taping: conheça a técnica de contenção abdominal que ajuda na recuperação pós parto
Uma das queixas muito comuns em mulheres que acabaram de dar à luz, é o inchaço e a diástase abdominal. Esses fatores são muito comuns no puerpério, tanto em partos normais, como em cesáreas. Contudo, além de ser incômodo, o inchaço abdominal também pode atrapalhar a movimentação e o bem-estar das mamães. Felizmente, uma técnica já utilizada em procedimentos pós cirúrgicos também pode ajudar puérperas na recuperação após o nascimento do bebê — o taping.
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O que é taping?
A técnica consiste no uso de uma bandagem elástica que deve ser aplicada na região abdominal para oferecer uma contenção. Graças a sua fixação, o taping preserva a mobilidade, proporciona mais conforto para a puérpera e reduz o risco de complicações no pós parto. Além disso, a técnica também reduz as dores abdominais e diminui o inchaço.
O ideal é que a aplicação aconteça logo após o parto e por um profissional devidamente qualificado. Apesar de não parecer complexa, a aplicação demanda técnica e entendimento da pressão suficiente para a necessidade de cada paciente.
Como é feito?
A primeira aplicação das bandagens, que são de algodão e hipoalergênicas, pode acontecer entre as primeiras 24 e 72 horas após o parto (normal ou cesariana).
Outro ponto importante é que o taping não deve ser molhado e pode ser retirado ou trocado de 3 a 5 dias após a aplicação. Contudo, se a puérpera molhar a bandagem, basta utilizar um secador, em temperaturas mornas, para tirar o excesso de umidade. Por fim, a remoção também deve ser feita por um profissional, de preferência, um fisioterapeuta, que garantirá a segurança do procedimento.
Benefícios
Como tem ação linfática e contentiva, o taping proporciona melhor sustentação abdominal e drenagem dos tecidos. “Ele promove o conforto, auxilia na diminuição de inchaços e melhora a cicatrização e aquela sensação de ‘vazio’, ‘órgãos soltos’ e ‘barriga frouxa’, que é comum ser relatada pelas mulheres logo após o parto”, explica Giselle Venciguerra, fisioterapeuta obstetra e pélvica de Campo Grande (MS). A técnica foi inventada há mais de 30 anos pelo quiropraxista japonês Kenzo Kase.
“A bandagem promove a tensão constante na pele, levando ao relaxamento ou a contração muscular e, nessa fase, ajuda na ativação do músculo reto abdominal, proporcionando conforto. Assim, a técnica pode aliviar dores lombares, nos ombros e na região cervical”, acrescenta Valéria Carrer, fisioterapeuta materno-infantil do Hospital Israelita Albert Einstein.
Dessa forma, a vantagem do taping é a liberdade dos movimentos. Isso acontece sem pressionar órgãos, como no caso das cintas cirúrgicas, contraindicadas para o pós-parto, independentemente da via de parto.
Outros cuidados no puerpério
O resguardo, também conhecido puerpério, é um momento de mudanças físicas e psíquicas e, de acordo com a médica ginecologista Dra. Yara Caldato, deve durar entre 45 e 60 dias após o parto. Assim, essa fase requer cuidados específicos que, se forem ignorados, podem prejudicar a saúde da mãe.
Nesse momento, existem riscos de infecções e hemorragias, por isso, é importante não extrapolar os limites do corpo e investir na recuperação completa. Por isso, o período de resguardo exige a pausa de algumas atividades do dia a dia, como:
- Dirigir;
- Carregar pesos;
- Relações sexuais;
- Por fim, praticar atividade física.
Nessa fase, é muito comum que as mães reclamem de sangramentos. No entanto, a ginecologista aponta que o sangramento é normal e geralmente ocorre cerca de sete dias após o parto, pois o útero está reduzindo seu tamanho e ocorre a descamação da decídua (camada interna que reveste o útero). Mas a médica tranquiliza as mães: “Não há com o que se preocupar, apesar de ser um sangramento de grande volume, é por um período autolimitado”, afirma.
Por fim, a puérpera também deve investir em uma alimentação adequada para garantir todos os nutrientes necessários para a sua recuperação e aleitamento materno. Neste sentido, é importante investir em alimentos com cálcio, ômega 3, ferro e vitaminas (A, C, E e K), como frutas cítricas, brócolis, couve flor, leguminosas e peixes.
Fonte: Dra. Yara Caldato, médica ginecologista funcional e estética.
Referência: Hospital Blanc.