Supercrescimento de bactérias: o que é, sintomas e tratamento
Nosso intestino é praticamente um organismo à parte. O órgão possui a microbiota, um complexo sistema de micro-organismos que vivem em harmonia: bactérias, fungos, vírus… Embora pareça estranho pensar que bilhões de seres invisíveis vivem dentro de nós, eles são essenciais para a saúde. Em harmonia, eles melhoram a absorção de nutrientes, previnem infecções variadas e outros benefícios. Contudo, o desequilíbrio pode trazer prejuízos. Um dos problemas mais comuns ao intestino é o supercrescimento de bactérias (SIBO).
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O que é o supercrescimento de bactérias?
Antes de falarmos sobre o supercrescimento, eis uma rápida explicação sobre o nosso intestino, importante para entender a dinâmica da condição.
O órgão se divide em duas partes: o grosso e o delgado. O intestino grosso, ou cólon, atua na absorção final de eletrólitos e água. Além disso, é onde as fezes se acumulam até o momento da evacuação e local de concentração dos micro-organismos.
Já o delgado dá continuidade à digestão dos alimentos pela proximidade do estômago. Por produzir líquidos ácidos nesse processo, não é um bom ambiente para a permanência dos micro-organismos.
Quando surge o supercrescimento de bactérias, elas podem se instalar justamente no intestino delgado. Como resultado, a pessoa enfrenta diversos desconfortos abdominais.
Por que isso acontece?
Existem diversas razões para o supercrescimento de bactérias no intestino delgado. A seguir, confira os principais motivos que desregulam a população bacteriana:
Uso contínuo de alguns medicamentos: os antibióticos em excesso podem gerar o desequilíbrio na microbiota. Afinal, a ação do fármaco é combater as bactérias responsáveis por infecções, o que pode impactar as bactérias que fazem bem ao organismo. Com isso, pode ocorrer o desenvolvimento descontrolado de algumas espécies.
Alteração na motilidade do intestino: a motilidade é nada mais que o movimento das paredes musculares do sistema gastrointestinal. Uma boa motilidade ajuda na digestão e na absorção dos nutrientes e no controle da microbiota. Caso contrário, pode favorecer o supercrescimento de bactérias.
Histórico de cirurgias: dependendo do procedimento, a consequência do pós-operatório pode influenciar a condição. Por exemplo, cirurgias do trato gastrointestinal, que afetam diretamente o ambiente dos micro-organismos.
Deficiência da imunidade: nosso sistema imune tem o papel de evitar doenças e acelerar a recuperação de infecções. Contudo, se não está com as defesas em dia, pode não conseguir dar conta da alta proliferação de micro-organismos potencialmente nocivos à saúde.
Doenças crônicas: diabetes, doença de Crohn, síndrome do intestino irritável e enfermidades específicas do trato gastrointestinal podem ser gatilho para o supercrescimento bacteriano.
Sintomas do supercrescimento de bactérias
- Diarreia ou prisão de ventre.
- Desnutrição e anemia por causa da absorção inadequada dos nutrientes.
- Queda na imunidade.
- Gases e inchaço abdominal.
- Dor, cólicas e desconforto abdominal.
- Fadiga.
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Diagnóstico do SIBO
A princípio, o médico — geralmente um gastroenterologista — analisa os sintomas e o histórico do paciente: se fez uso de antibióticos por muito, se passou por uma cirurgia recente, se possui alguma doença crônica, entre outras questões.
Para confirmar o SIBO, o médico pode solicitar uma endoscopia para coletar uma amostra de secreção do intestino delgado, a fim de analisá-lo. Outra maneira é aplicar um teste respiratório no paciente, que mede o nível de hidrogênio e metano da respiração. Estes dois elementos se encontram em excesso quando há uma supercrescimento de bactérias.
Além disso, raio-X, exames laboratoriais podem ser necessários para fechar o diagnóstico, dependendo da suspeita.
Como é o tratamento do crescimento de superbactérias?
Com a confirmação do distúrbio, o tratamento mais comum envolve antibióticos. No entanto, é importante identificar a causa da condição, pois os cuidados variam conforme a origem do quadro. Mudanças na alimentação, por exemplo, são importantes para reverter o problema.
Reduzir o consumo de carboidratos e fibras são uma recomendação, pois são insumos para as bactérias se reproduzirem. Por isso, busque sempre um profissional de saúde para identificar e tratar o transtorno.
Referências: MSD Manuals; Mayo Clinic; Cleveland Clinic; e Penn Medicine.