A dengue é uma doença causada por vírus e transmitida por mosquitos, que coloca em risco aproximadamente dois terços da população mundial a cada ano. Em 2023, o Brasil notificou mais de 1.6 milhão de casos (o número real pode ser de 2 a 3 vezes maior), resultando em 52 mil hospitalizações e 1087 mortes. Seguindo esta tendência, a Fiocruz estima a ocorrência de 1.7 a 3 milhões de casos em 2024. Veja agora os principais sintomas de dengue e como evitá-los.
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De acordo com o enfermeiro infectologista Milton Alves Monteiro Junior, coordenador do serviço de controle de infecção hospitalar do HSANP, os sintomas da dengue incluem febre alta, dor de cabeça, dor nos olhos, dores musculares e nas articulações, náuseas e vômitos.
“Em casos mais graves, pode levar a complicações como a dengue hemorrágica, que pode ser fatal. Por isso, é importante que o paciente procure por atendimento médico assim que surgirem os primeiros sintomas da doença, pois, o diagnóstico tardio pode causar complicações”, comenta.
Ele acrescenta que o tratamento da dengue envolve o alívio dos sintomas e controle das complicações que podem surgir durante a doença. “Não existe um tratamento específico para a dengue. Em casos mais leves, é necessário repouso, hidratação e uso de medicamentos que aliviam a dor. Porém, em casos mais graves, é necessária a internação para monitoramento dos sinais do paciente e controle da evolução da doença”.
“Evite a automedicação, pois, embora possa amenizar os sintomas, não trata a doença em si e pode agravar o quadro do paciente. Por isso, é fundamental o acompanhamento médico para um tratamento adequado”, finaliza.
Tão ou mais importante que a atenção aos sintomas, é a atenção à proliferação do mosquito. Para isso, é de extrema importância que a população adote medidas simples, como não deixar água acumulada em recipientes, pneus, garrafas e vasos de plantas, que podem servir de criadouros. Além disso, recomenda-se o uso de repelentes e telas nas janelas para evitar a picada do mosquito.
“O crescimento de casos de dengue é expressivo nos hospitais da rede no Rio e em estados como São Paulo e no Distrito Federal. É um indicador preocupante, especialmente se for registrada a circulação de sorotipo 3, como tem sido visto em algumas cidades, o que aumenta o número de pessoas suscetíveis à doença. Isso não ocorria há 15 anos. O risco de crescimento contínuo do número de casos nos próximos meses é real. As pessoas que já tiveram dengue no passado podem apresentar sintomas mais severos”, afirma David Uip, diretor nacional de Infectologia da Rede D’Or.
Ainda de acordo com Uip, é fundamental adotar as medidas sanitárias, evitando recipientes com acúmulo de água parada nos domicílios. Assim, o vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, não encontre ambientes propícios para proliferar.