Síndrome de Asperger: o que é, sintomas e tratamento

Bem-estar Equilíbrio
18 de Fevereiro, 2023
Síndrome de Asperger: o que é, sintomas e tratamento

Hoje, 18 de fevereiro, é o Dia Internacional da Síndrome de Asperger, que visa a integração da sociedade com as pessoas que têm a condição.

No entanto, desde maio de 2013, quando foi lançada a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o termo Síndrome de Asperger caiu em desuso. Ou seja, esse termo passou a ser incorporado como Transtorno do Espectro Autista (TEA); equivalente ao Nível I, considerado um quadro mais leve e funcional do Espectro Autista.

O que é Síndrome de Asperger?

A Síndrome de Asperger é um transtorno neurobiológico que afeta como as pessoas percebem o mundo e dificulta a comunicação e interação com os outros. 

Geralmente, a Síndrome de Asperger é desenvolvida na infância e costuma ser mais comum em pessoas do sexo masculino. De acordo com dados dos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças do Governo dos Estados Unidos, cerca de 1% da população mundial tem algum tipo de TEA.

Assim, as pessoas com Síndrome de Asperger possuem inteligência média ou acima da média. Portanto, na maioria dos casos eles não têm dificuldades de aprendizagem, mas podem ter dificuldades específicas para aprender.

Leia também: Distúrbios de aprendizagem mais comuns entre as crianças

Sintomas da Síndrome de Asperger

Os sintomas da Síndrome de Asperger variam dependendo de cada pessoa e a gravidade da condição. Mas os sinais mais comuns incluem:

  • Excelente habilidade verbal;
  • Dificuldade em manter conversas e compartilhar pensamentos;
  • Dificuldade de compreender a linguagem corporal;
  • Incapacidade de entender sarcasmo, ironia, duplo sentido e outros recursos de tom de voz;
  • Não possuem facilidade para criar laços;
  • Podem ter comportamentos estranhos em situações sociais, como por exemplo, evitar qualquer tipo de contato visual;
  • Não lidam bem com mudanças;
  • Não conseguem lidar com situações difíceis emocionalmente;
  • Cansaço excessivo;
  • Descoordenação dos movimentos.

É uma condição genética?

De acordo com estudos, o fator genético influencia no desenvolvimento do transtorno. Os dados de sequenciamento do genoma indicam que existem centenas de genes ligados ao TEA, embora nenhuma mutação específica seja reconhecida como exclusiva do TEA. Além disso, é estimado que 400 a 1.000 genes possam estar associados a uma predisposição ao autismo. 

Diagnóstico da Síndrome de Asperger

Segundo o médico geneticista Alexandre Lucidi, atuante em Neurogenética e Neuroimunologia, quando há um risco para o diagnóstico, uma avaliação diagnóstica é indicada para a confirmação e análise da necessidade de intervenção precoce.

Assim, a  avaliação psiquiátrica envolve uma entrevista completa com pacientes e cuidadores para obter o diagnóstico final. O especialista costuma entender comportamentos durante funções, relatos de comportamento em outros ambientes, atividades educacionais e comportamentais passadas e atuais, história familiar e questões psicossociais relevantes.

A avaliação formal da linguagem, funções cognitivas, motoras, sensoriais e adaptativas é uma parte importante do processo diagnóstico.

“Deve ser oferecida uma avaliação para todas as famílias como parte da investigação etiológica. Os benefícios potenciais de se estabelecer um diagnóstico etiológico incluem o aconselhamento fornecido ao paciente e à família, quanto à morbidade e condições médicas associadas, refinando as opções de tratamento e evitando testes adicionais desnecessários”, completa Lucidi.

Tipos de exames

  • Neuroimagem: a ressonância magnética não é recomendada para avaliação de rotina. Mas pode ser indicada na presença de certas condições, como regressão, micro ou macrocefalia, convulsões ou exame neurológico anormal;
  • EEG: não é recomendado para avaliação de rotina, embora possa ser indicado em certos casos com convulsões, regressão atípica ou outros sintomas neurológicos;
  • Exame físico: completo e direcionado para o diagnóstico diferencial. Dessa forma, é essencial para orientar a investigação adequada. Isso inclui avaliação de crescimento, organomegalia, características dismórficas, anormalidades neurológicas e manifestações cutâneas de distúrbios neurocutâneos.

Tratamento 

Assim como outras condições, a Síndrome de Asperger não tem cura, mas existe tratamento. Para Higor Caldato, médico psiquiatra, sócio da Nutrindo Ideais, e especialista em psicoterapias e transtornos alimentares, o tratamento exige um conjunto de intervenções multidisciplinares.

É muito comum que os pacientes necessitem de intervenção de linguagem, farmacológica e de adaptação escolar. Além, é claro, da psicoterapia. Dessa nabeura, o paciente pode expor suas angústias e medos para aprender a lidar com as próprias emoções e superar desafios diários.

Em casos mais intensos, o tratamento pode envolver medicamentos receitados pelo psiquiatra, para controlar sintomas como agitação ou ansiedade excessiva. Além disso, as crianças e adultos também podem realizar terapias  como fonoaudiologia e psicopedagogia, que irão trazer tantos benefícios quanto a psicoterapia. 

Dito isso, o apoio dos pais e pessoas próximas é essencial, pois quando todos entendem o problema e seus desafios, aprendem a se comunicar e apoiar o paciente.

Fontes

  • Alexandre Lucidi – médico geneticista, atuante em Neurogenética e Neuroimunologia;

  • Higor Caldatomédico psiquiatra e sócio da Nutrindo Ideais, especialista em psicoterapias e transtornos alimentares.

 

Sobre o autor

Julia Moraes
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em fitness, saúde mental e emocional.

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