Síndrome da bexiga dolorosa: O que é, sintomas e tratamento
A síndrome da bexiga dolorosa, também conhecida como Cistite Intersticial, é uma condição muito debilitante que chega a afetar de 15% a 20% das mulheres em todo o mundo. Assim, por definição, é uma dor crônica na parede da bexiga com duração de até seis meses.
De acordo com o urologista José Alexandre Araújo, coordenador da Urologia Feminina do Hospital Federal do Andaraí e da Oncologia Urológica do Hospital de Câncer Mário Kroeff, o diagnóstico acontede por exclusão. “Depois que a gente descarta infecção urinária, tuberculose da parte urinária ou qualquer tipo de tumor, a gente fecha em dor pélvica crônica”, diz.
Sintomas da síndrome da bexiga dolorosa
Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Mas geralmente, são:
- Dor no que chamamos popularmente de “pé da barriga”, o hipogástrico, sempre relacionada à urina;
- Urgência de urinar;
- Dor no enchimento da bexiga, que geralmente diminui quando a paciente urina;
- Dor antes, durante ou após a menstruação;
- Diarreia ou constipação crônica;
- Dor durante ato sexual.
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Tratamento
O especialista explica que não há um tratamento definitivo. “Tudo que se faz hoje em dia é ainda para tentar controlar e diminuir a dor. Portanto, os hábitos vão desde medidas comportamentais (quando você tenta investigar o principal motivo da dor), passando pela fisioterapia pélvica (que é importantíssima para o controle dessa sensação desagradável), chegando à medicação (com dipirona e paracetamol, anti-inflamatórios e derivados da morfina)”, afirma.
Dessa forma, ele também conta que tem crescido, no mundo todo, o uso do derivado da maconha, o canabidiol, para aliviar as dores. Contudo, quando já é necessário o uso de medicamentos controlados, o médico prefere levar o paciente para o Centro Cirúrgico. “A gente faz uma cistoscopia, olha a bexiga por dentro, distende essa bexiga com soro fisiológico sob anestesia e aí observa com uma câmera se teve ulceração. Quando tem, há a queima dessa ferida eletricamente, no mesmo processo realizado em casos de câncer de bexiga. Além disso, injetamos toxina botulínica ao longo de toda a bexiga, o que dá um resultado de seis a doze meses (depois disso, o processo precisa ser repetido). Esse é procedimento que está sendo muito usado e que apresenta bons resultados, apesar de temporários”, enfatiza.
Fonte: José Alexandre Araújo, urologista e coordenador da Urologia Feminina do Hospital Federal do Andaraí e da Oncologia Urológica do Hospital de Câncer Mário Kroeff.