Sinais do lipedema: veja os principais e quando buscar ajuda médica
O lipedema é um achado relativamente novo nos consultórios médicos. Há 10 anos, pouco se falava sobre a condição, que hoje ganha mais espaço e possibilidades de tratamento. No entanto, muitas mulheres ainda desconhecem os sinais do lipedema, e convivem com os desconfortos da doença crônica por longos períodos.
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O que é o lipedema?
Se você utiliza redes sociais como o TikTok, provavelmente já se deparou com conteúdos de usuárias falando sobre a enfermidade. A maioria delas sempre desconfiou que havia algo errado, mas nunca ouviram dos médicos que existia, de fato, o lipedema.
De acordo com o Instituto Lipedema Brasil, a enfermidade é progressiva a atinge cerca de 10% de mulheres no mundo inteiro.
A marca principal do quadro é o acúmulo de gordura nos braços, quadris e, sobretudo, nas pernas. Além disso, possui quatro estágios e ganhou até CID no ano passado.
Entretanto, é comumente confundida com obesidade, mas há alguns sinais que podem ajudar as mulheres a identificarem a condição.
Sinais do lipedema: fique de olho neles
Fábio Kamamoto, um dos pioneiros e um dos poucos especialistas no tratamento cirúrgico do lipedema no país, lista os principais sinais que merecem atenção da população feminina:
- Corpo é desproporcional: as pernas e os quadris são muito diferentes do tronco.
- As pernas não têm forma: o acúmulo de gordura faz as pernas parecerem um “tronco”.
- Sensação de peso nas pernas: tente imaginar cada perna com um peso de 3 kg. É assim que as mulheres sentem.
- Parece que há um “garrote” entre o tornozelo e o pé.
- O lipedema age nos braços, quadris e pernas, e não desaparece com treino e dieta.
- Hematomas que aparecem de forma espontânea, sem um motivo aparente.
- Dor nas articulações.
- Pele é fina e com aspecto de “casca de laranja”, que são os nódulos de gordura.
- Hipersensibilidade nas áreas afetadas: ou seja, a mulher sente muita dor ao pressionar ou massagear estas partes do corpo.
- Simetria das pernas: o acúmulo de gordura é proporcional.
Como é o tratamento contra a doença?
Por ter origem crônica, o lipedema requer cuidados por toda a vida. A primeira medida é buscar ajuda médica: um especialista em cirurgia vascular ou angiologista podem ajudar. Lembre-se: é importante conhecer os sinais do lipedema, mas somente um profissional poderá identificar a condição.
Com o diagnóstico fechado, será necessário mudar o estilo de vida, a qual os especialistas chamam de tratamento clínico.
Na prática, a mulher precisa seguir uma dieta anti-inflamatória para evitar o agravamento do lipedema. Então, deverá reduzir o consumo de alimentos processados, leite e derivados, álcool, carne vermelha e açúcar.
O outro pilar do tratamento é a atividade física. A recomendação é fazer treinos que aumentam a frequência cardíaca para potencializar a queima de gordura.
Uma curiosidade é que o lipedema muitas vezes está associado à frouxidão ligamentar dos joelhos e tornozelos. Logo, para evitar lesões, é bom investir em exercícios de baixo impacto — a natação, por exemplo.
Por fim, caprichar na hidratação, fazer drenagem linfática com frequência e usar meias de compressão aliviam os desconfortos do lipedema. Principalmente o inchaço e a sensação de peso das pernas.
Tenho os sinais e sintomas do lipedema. Será que preciso de cirurgia?
O tratamento cirúrgico é outra alternativa para remover a gordura “doente” do lipedema. Contudo, a indicação depende do grau da doença e se ela atrapalha a autoestima e qualidade de vida da mulher. Afinal, se a paciente possui os estágios 3 ou 4, talvez precise de outros procedimentos, como a retirada do excesso de pele.
Por outro lado, quando há recomendação médica, a cirurgia é a lipoaspiração da gordura, que envolve cânulas que aspiram o tecido gorduroso por meio de incisões pequenas.
Segundo informações do Instituto Lipedema Brasil, “é possível aspirar até 7% do peso da paciente em litros de gordura. Então, se uma mulher pesa 100 kg pode remover até 7 litros de gordura em cada sessão”.